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Governo e empresários com posição diferente sobre entrada de privado no transporte aéreo de carga para os Açores
O Consórcio Mais quer entrar já neste Abril no transporte aéreo de carga de e para os Açores, mas Governo Regional diz que está a negociar novo concurso. Câmara do Comércio entende que oportunidade devia ser aproveitada.
Há um empresário privado interessado em transportar carga aérea entre Lisboa e os Açores; no entanto, o Governo da República está a analisar a possibilidade de avançar ou não com um terceiro concurso público de carga aérea.
De acordo com a Antena 1/Açores, o Ministério do Planeamento e Infra-estruturas está a analisar a possibilidade de avançar com um terceiro concurso público, depois dos dois últimos terem ficado sem efeito. Mas o Consórcio Mais, que já opera na Madeira, quer avançar o mais rapidamente possível reconhecendo que a realizar-se o concurso público irá atrasar novamente o processo.
O Director Executivo do Consórcio Mais – Madeira Air Integrated Solutions, António Beirão, já tinha avançado que pretendia colocar um avião cargueiro nos Açores a partir de Abril e que seria “economicamente viável” tal operação que poderia realizar-se cinco dias por semana.
O Consórcio Mais, que reúne a companhia aérea SwiftAir, o broker de aviação ALS e a empresa logística madeirense Loginsular, já tinha admitido a possibilidade de arrancar nos Açores com uma operação semelhante à que opera na Madeira, usando também uma aeronave semelhante um ATR72. À Antena 1/Açores, António Beirão explicou que o processo nos Açores terá de ser “bem analisado” já que o arquipélago é composto por várias ilhas. “Há vários interesses das entidades exportadoras e parceiros económicos. Temos de analisar se só Ponta Delgada é viável, se podemos estender a operação à ilha Terceira e como organizamos com as outras ilhas”, explicou António Beirão que garantiu que o Consórcio está “a ultimar essa parte” já que o processo não é tão simples como na Madeira.
António Beirão já tinha manifestado interesse em começar a operar nos Açores nas primeiras semanas de Abril, no entanto, o Director Executivo do Consórcio Mais admitiu que a confirmar-se um terceiro concurso público lançado pelo Governo da República este prazo pode ficar adiado por mais seis meses.
Em Março, o Director Executivo do Consórcio Mais já tinha referido a intenção de avançar com uma aeronave semelhante à usada na Madeira para operar nos Açores e que teria capacidade para sete toneladas de peso bruto com cerca de 80 metros cúbicos. Já em final do ano passado, em entrevista à Cargo Revista, António Beirão falava na consolidação da operação na Madeira, considerando possível “começar a voar para os Açores sem contrato de concessão”. António Beirão explicava que o facto de já existir a ligação do Consórcio à Madeira tornaria mais fácil a operação já que “os Açores podem ser o mercado que precisamos para equilibrar a ida e o regresso. E percebemos o potencial que existe no actual contexto turístico do arquipélago. Haverá potencial para fazer cada vez mais carga também para alimentar toda uma economia ligada ao turismo. É que temos muitos voos para os Açores mas são sobretudo de companhias Low Cost que não transportam carga”.
O Consórcio Mais pretende começar a operar nos Açores à margem da abertura de concurso público de carga aérea, já que os dois últimos concursos lançados pelo Governo da República, não se concretizaram. Um porque não teve concorrentes e o segundo acabou cancelado porque a única empresa concorrente, também da Madeira, alegadamente não cumpria o caderno de encargos.
Governo e empresários sem consenso
Apesar do Consórcio Mais querer começar a voar para os Açores mesmo sem contrato de concessão, o Governo Regional admite estar em negociações com o Governo da República para se avançar com um terceiro concurso público para o transporte aéreo de correio e carga entre os Açores e o continente.
Em declarações à Antena 1/Açores, a Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, esclareceu que “nos próximos dias” será conhecida a decisão que vai ditar o lançamento do terceiro concurso público para transporte aéreo de carga. Ana Cunha admite uma mudança de regras para que o concurso consiga ter mais interessados, referindo que “terão de ser analisadas as causas” dos dois últimos concursos não terem chegado a bom porto.
Ana Cunha reforçou que não conhece “as rotas que o privado pretende fazer e o transporte aéreo tem de servir as 9 ilhas”, declarou à Antena 1/Açores.
Mas visão diferente tem o Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Mário Fortuna, que entende que se há um privado disponível para avançar o mais rapidamente possível com esta operação “o Governo Regional e o Governo da República deveriam aproveitar esta oportunidade, tanto que não acarreta encargos para o erário público”. Mário Fortuna acrescenta contudo que “ninguém se apresenta nesta rota se for para ser concessionada. A abordagem pública está a desestruturar em vez de estruturar e a criar prejuízos na economia”.
O Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada avança ainda que têm havido “falhas sucessivas na realização destes concursos. Insiste-se em exigir condições impossíveis”. Mário Fortuna acrescenta que estes concursos de transporte aéreo de carga “insistem em pedir coisas irrealistas e por esta razão ainda ninguém apareceu para o concurso e alguma coisa está a falhar. Parece que há falhas que começam a ser incompreensíveis”, destaca.
Apesar das opiniões contraditórias, será de esperar um terceiro concurso público para o transporte aéreo de carga e correio para operar entre os Açores e o continente, com a mudança de algumas regras para evitar que os concursos não cheguem ao fim, como os dois últimos, tendo sido o último concurso entregue por ajuste directo à SATA.
Fonte: Correio dos Açores