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Marinha cede motores para que a lancha “Espalamaca” volte a navegar

Marinha cede motores para que a lancha “Espalamaca” volte a navegar

A Marinha Portuguesa vai ceder os motores da embarcação salva-vidas “Sota Patrão António Crista” para equipar a lancha “Espalamaca”, que está a ser recuperada nos estaleiros navais de Santo Amaro.

O anúncio foi feito hoje, em comunicado, pela Autoridade Marítima, que adiantou que o salva-vidas, entretanto abatido pela Marinha, irá ser transportado sexta-feira para a ilha do Pico, para que se possa iniciar a transferência dos dois motores para a antiga embarcação de transporte de passageiros.

A cedência dos motores surge na sequência de uma solicitação feita pela Associação de Amigos do Canal, que pretende colocar a navegar de novo a antiga lancha “Espalamaca”, que durante muitos anos assegurou a ligação marítima entre as três ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge).

A embarcação, construída em madeira, tem 17 metros de comprimento e quatro e largura e tinha capacidade para transportar cerca de uma centena de passageiros (com bom tempo), com uma tripulação de apenas quatro homens.

A “Espalamaca” foi construída nos estaleiros navais de Santo Amaro, no Pico, e começou a operar a partir da década de 50 do século passado, tendo sido retirada do serviço na década de 90, numa altura em que se encontrava já em avançado estado de degradação.

Procurando preservar a memória de uma lancha que marcou a história de muitas gentes nas ilhas do Triângulo, o grupo parlamentar do CDS na Assembleia Legislativa dos Açores, apresentou uma proposta no parlamento, no sentido de o Governo estudar a viabilidade da recuperação daquela embarcação.

A Secretaria Regional da Educação e Cultura acabou, mais tarde, por adjudicar a recuperação da “Espalamaca”, pelo valor de setenta mil euros, mas apenas para fins museológicos e expositivos, por entender que não era viável colocá-la a navegar de novo, atendendo aos elevados custos de manutenção.

Apesar disso, a Associação de Amigos do Canal, encetou contactos com a Marinha, no sentido de garantir a cedência de motores, para que a histórica lancha de transporte de passageiros pudesse voltar a navegar, por entender que a “Espalamaca” faz parte do imaginário marítimo ilhéu das gentes do Triângulo, em particular do Faial e do Pico.

A embarcação salva-vidas “Sota Patrão António Crista”, que irá ceder os motores para a motorização da lancha “Espalamaca”, foi o primeiro salva-vidas de grande capacidade ao serviço das ilhas do Faial, Pico e São Jorge, entre 1978 (ano da sua construção), até agosto deste ano, quando foi abatida.

Foto: portodacalheta.blogspot

Fonte: Açoriano Oriental

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