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Noruega // Cavaco Silva, o bacalhau e as parcerias
O Presidente da República fez hoje um ponto de situação positivo da visita oficial à Noruega, que termina amanhã. Comeu salmão mas prefere bacalhau.
Foram precisos 35 anos para Aníbal Cavaco Silva voltar a segurar um bacalhau na Noruega. A primeira vez foi em 1980, em Allsund, quando era ministro das Finanças. A segunda ontem, na assinatura do memorando de entendimento entre o Institute of Marine Research e o IPMA para investigação na área marinha.
O presidente da República não teve dúvidas quando lhe foi dado a provar salmão cru no mercado de Bergen: “prefiro bacalhau”. A cidade, onde Cavaco Silva aterrou no ‘cockpit’ do avião, é conhecida pela produção secular e exportação deste peixe. O presidente da República percorreu a zona do porto onde muito bacalhau foi exportado para Portugal – e algum vinho do Porto importado pela Noruega. E nem a chuva arrefeceu a relação entre os dois países.
“Os contactos políticos foram bastante aprofundados e fiquei com a ideia de que as autoridades norueguesas conhecem melhor as potencialidades de Portugal nas mais variadas áreas”, disse aos jornalistas.
A economia do mar tem estado no centro da visita oficial de Cavaco Silva à Noruega. Portugal quer aproveitar o ‘know how’ que este país tem em piscicultura e realizar parcerias na área da investigação e inovação na área do mar. Mas não foi só o bacalhau e o mar que trouxe Cavaco à Noruega. Na agenda esteve também a energia, sobretudo ao nível das renováveis onde Portugal tem experiência, mas também no estabelecimento de maiores laços relativamente ao petróleo e ao gás.
Área que, considerou António Costa e Silva, presidente da Partex, tem potencial para ser desenvolvida. Em declarações ao Económico, o responsável presente na comitiva considerou que o encontro promovido pelo presidente entre as empresas de energia portuguesas, norueguesas e governantes dos dois países “correu bem”.
“Há muitas oportunidades de cooperação na área do petróleo e do gás, sobretudo ao nível de uma tecnologia que está a ser desenvolvida pela Statoil [petrolífera norueguesa], com um teste piloto no Árctico, a Seafactory, para a mineração de recursos marinhos totalmente debaixo de água”, exemplificou. Tecnologia que também pode ser aplicada em Portugal, além do ‘offshore’. “Agora”, admitiu o gestor, “é preciso fazer o ‘follow up’, que é onde não somos tão bons”.
A presença de Cavaco Silva visa ser um facilitador de contactos para as empresas que, além da área da energia, também estão focadas em conseguir negócios e parcerias noutras áreas. Nomeadamente no sector da construção, onde a Noruega tem 70 mil milhões de euros para investir até 2023. A biotecnologia é outra das apostas, com a formalização de um memorando de entendimento na área da investigação e ciência na economia do mar.
Cavaco voltou a repetir a mensagem dos últimos dias: a importância de Portugal na ligação aos países africanos, nomeadamente em Angola e Moçambique, e no Brasil.
A ministra da Agricultura e do Mar também alinhou o seu discurso ao que já tinha sido dito, na véspera, pelo Presidente da República e pela Primeira-Ministra norueguesa. “Há abordagens futuras e possíveis em África, não só pelo potencial do país mas também porque Portugal tem uma grande relação com estes países, e grande conhecimento, sobretudo os que falam português”, disse Assunção Cristas.
O Presidente da República apelou também à portugalidade na reunião com a comunidade portuguesa. “Tenho esperança no futuro do país” afirmou, deixando uma palavra aos que deixaram o país numa altura de crise. Portugal, frisou, está um país mais competitivo. E também aos portugueses que vivem na Noruega disse acreditar que o crescimento da economia ficará perto de 2%.
Contactos políticos feitos, fica praticamente terminada a visita oficial. Amanhã Cavaco Silva visitará uma aquacultura e um centro de investigação, mas os contactos políticos e formais estão quase concluídos; aliás, muitos empresários já nem se deslocaram a Bergen, permanecendo em Oslo, talvez, para fazer o ‘follow-up’ das suas reuniões e estabelecer outros contactos. Nesta localidade piscatória que é das mais chuvosas da Noruega só estarão alguns empresários da área da aquacultura, biotecnologia e também cientistas e investigadores.
Fonte: Económico