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Cientistas estudam sardinha no mar para definir quotas
Incertezas: Navio do IPIMAR vai sondar stock de sardinha para que se possa definir quanto se pode pescar em 2015.
Com mais de 300 homens ligados directamente à pesca da sardinha e mais de um milhar indirectamente, pode dizer-se que o sector está, por estes dias, na expectativa, já que hoje o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) deverá fazer-se hoje ao mar com o navio oceanográfico “Noruega” (que desenvolve estudos nas pescas em Portugal), para iniciar o processo de avaliação do estado em que se encontra o stock de sardinha, após o período da desova (de Setembro ao início de Dezembro), segundo apurou o nosso Jornal, junto de fonte ligada ao processo. Esses estudos, considerados como «fundamentais», para o sector, irão servir de “base” ao Ministério e Secretaria de Estado das Pescas, para «rectificação de uma forma justa», da quota permitida em 2015, «para que o sector não venha a atravessar as dificuldades e impossibilidades que em 2014 foram definidas pelos órgãos competentes», explica a mesma fonte.
A acompanhar o “Noruega”, que leva a bordo diversos cientistas e técnicos, estará a embarcação “Avô Varela”, de Peniche, com homens do mar experientes, munida de novo equipamento (uma nova sonda do IPMA que obteve bons resultados na primeira experiência desenvolvida), que irá “complementar” o trabalho do navio oceanográfico em termos de amostragem, e «sempre que os cientistas entenderem necessário, desenvolve o trabalho da pesca normal, para recolha de amostragens da sardinha». Em função dos resultados apurados nos dois cruzeiros (já tinha havido um na Primavera), – que deverão ser conhecidos oficialmente no início de 2015 -, será efectuada uma análise, que será depois encaminhada para o organismo da União Europeia que tutela o sector (ICES).
Contactado pelo nosso Jornal, o presidente da Cooperativa de Produtores de Peixe do Centro Litoral, não quis prestar qualquer declaração, preferindo esperar pelos resultados dos estudos. Todavia, recentemente, António Miguel Lé havia manifestado a sua «preocupação» quanto à redução das quotas para 14 mil toneladas, até porque estava convicto de que as medidas adoptadas pelo sector tinham permitido uma recuperação «sustentável», do sotck, apesar de considerar que não é pela pesca «que diminui a volumetria do recurso», antes «fenómenos da natureza», dizia na altura, recordando que uma quota de pesca inferior a 20 mil toneladas/ano pode significar «a morte da frota, levando consigo todos os sectores a montante e a jusante».
Fotografia: Miguel Lourenço
Fonte: Diário de Coimbra