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Peixe com preços inacessíveis ao consumidor nos Açores

Peixe com preços inacessíveis ao consumidor nos Açores

Abrótea a 16 euros, garoupa a 14,5 pargo a 18 euros, encharéu a 16,5 boca negra a 15 euros e goraz a 17

Várias têm sido as queixas que têm chegado à redacção do Correio dos Açores de leitores que afirmam que, com os seus rendimentos, não conseguem adquirir aquilo que consideram ser “peixe decente”. Na maioria dos dias, só vislumbram a possibilidade de comprar uma pequena quantidade de chicharro, sargos, raia e, por vezes, peixe-porco.

O Correio dos Açores fez uma simulação dos preços médios de compra do peixe em lota entre os dias 1 e 25 de Janeiro (dados da Lotaçor) e o preço de venda ao público das mesmas espécies junto do consumidor no dia 8 do corrente.

Na leitura do quadro é preciso ter em atenção que, ao longo do mês de Janeiro, houve bons dias de pesca, com o mar chão, o que permitiu maiores pescarias e, consequentemente, preços mais baixos em lota. E o preço médio das espécies em lota ao longo dos primeiros 25 dias deste mês tem de ter conta este facto. O preço do peixe oscila um pouco de dia para dia em lota, consoante as quantidades entregues. Mas, mesmo tendo em consideração este facto, há diferenças entre os preços na lota e o preço ao consumidor no dia 28 do corrente que, segundo os especialistas, precisam de ser bem explicadas.

Por exemplo, é de difícil compreensão que, sendo 6.94 euros o preço médio de venda em lota da abrótea nos primeiros 25 dias de Janeiro, no dia 28 do mesmo mês, o preço por quilo da mesma espécie seja de 16,35 euros no consumo.

Outro exemplo, é o do boca negra que, durante 25 dias de Janeiro teve um preço médio em lota de 9.25 euros o quilo e, no dia 28, o preço de venda ao público foi de 14.99 euros o quilo.

O encharéu é outro exemplo. O seu preço médio em lota foi de 10.43 euros o quilo nos primeiros 25 dias do mês e, no dia 28, foi vendido a 16.50 euros o quilo. O mesmo acontece com o pargo que, nos primeiros 25 dias de Janeiro teve um preço médio em lota de 12.18 euros e, no dia 28, esteve a 17.99 euros o quilo em lota.

O preço médio da tainha foi, nos primeiros 25 dias de Janeiro, de 3,68 o quilo em lota e, no dia 28, estava à venda ao público a 7.99 euros o quilo. E mesmo a raia que, nos primeiros 25 dias do mês, esteve a um preço médio de 1,74€ o quilo e, no dia 28 estava a 3.70 euros o quilo, no consumo.
Preços elevados

Há espécies de peixe que, pelo seu preço de compra em lota, são inacessíveis em fresco à maioria esmagadora dos açorianos como sejam o cherne, o goraz, o imperador, o pargo, a garoupa, a abrótea, o encharéu, o polvo, entre outras.

Vejamos o caso do imperador, que é a espécie mais cara pescada nos mares dos Açores. O seu preço médio em lota, nos primeiros 25 dias de Janeiro, foi de 23.15 euros o quilo e o preço de venda ao público no dia 28 foi de 28 euros o quilo.

Outro exemplo é o goraz que, nos primeiros 25 dias de Janeiro, esteve a um preço médio em lota de 15.38 euros o quilo e o preço de venda em lota no dia 28 foi de 16.99 euros o quilo.  

E o mesmo acontece com o pargo que, em 25 dias, foi comprado em lota a um preço médio de 12.18 euros o quilo e o preço de venda ao público no dia 28 foi de 17.99 euros o quilo.

Com tento peixe fresco a entrar nas lotas dos Açores, e com o preço de venda ao público liberalizado, a esmagadora maioria dos açorianos, se quiser adquirir uma espécie que não seja chicharro, cavala, sargo, tainha ou raia, tem de adquirir peixe congelado importado das mais variadas proveniências que chega aos Açores a preços muito mais baixos que o preço em fresco comercializado na Região.

Fonte: Correio dos Açores

1 Comentário neste artigo

  1. SIMPLES : passam a comprar o peixe diretamente ao pescador, deixa de existir o intermediário que é quem ganha maior percentagem!

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