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Governo dos Açores pretende incluir nova fonte hidrotermal no Parque Marinho da Região

Governo dos Açores pretende incluir nova fonte hidrotermal no Parque Marinho da Região

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia anunciou hoje, na Horta, que o Executivo açoriano pretende incluir no Parque Marinho dos Açores a fonte hidrotermal descoberta esta semana no monte submarino ‘Gigante’ para “salvaguardar o seu valor ecológico e patrimonial”.

Gui Menezes salientou que o Parque Marinho dos Açores conta, desde 2016, com 17 áreas protegidas classificadas, que correspondem a cerca de 246 mil km2, frisando que “as prioridades do Governo dos Açores em investigação marinha prendem-se com uma aposta forte na política ambiental para o mar”.

O Secretário Regional adiantou que o Governo dos Açores está a “elaborar planos de gestão para estas áreas marinhas protegidas”, tendo em vista “identificar mecanismos de financiamento e necessidades logísticas e de recursos humanos para a implementação das medidas e ações definidas, incluindo programas de monitorização e controlo”.

Gui Menezes, que falava na apresentação dos resultados da expedição oceanográfica ‘Blue Azores Expedition’, considerou que esta missão científica teve “um enorme êxito”, salientando o facto de ser “a primeira vez que uma expedição liderada por cientistas portugueses localiza um campo hidrotermal em águas profundas no mar dos Açores”.

“Não tenho dúvidas de que esta expedição representou um forte contributo para os objetivos do Governo Regional no que respeita ao conhecimento e à investigação marinha no arquipélago”, afirmou Gui Menezes, acrescentando que o estudo do mar dos Açores “representa um enorme desafio”.

Neste sentido, destacou a importância de novas parcerias, como é o caso do memorando de entendimento que será assinado brevemente entre o Governo dos Açores, a Fundação Oceano Azul e a Fundação Waitt, responsáveis por esta expedição oceanográfica.

“A observação e a monitorização dos oceanos, bem como o mapeamento e o estudo do mar, em especial do oceano profundo, exigem investimentos muito avultados e constituem um desafio enorme em termos de meios tecnológicos e científicos”, disse, defendendo que “é necessário concertar esforços e otimizar meios que contribuam para o maior conhecimento desta vasta área oceânica”.

Gui Menezes frisou que, no final do ano passado, o Governo dos Açores e o Instituto Hidrográfico assinaram um protoloco de cooperação técnica e científica em investigação marinha, no âmbito do qual estão a decorrer algumas missões, nomeadamente o mapeamento das zonas costeiras da ilha das Flores, agora realizado, adiantando que estão a ser preparadas novas missões de mapeamento costeiro em várias ilhas.

Durante a sua intervenção, o Secretário Regional anunciou ainda que o Executivo açoriano está a ultimar um programa de monitorização dos recursos costeiros, que irá arrancar ainda este ano, com o objetivo de “aferir o estado de exploração de peixes costeiros, algas e outros invertebrados marinhos, como as lapas e as cracas, que têm sido alvo de pressão em algumas ilhas”.

Gui Menezes destacou também o novo regime de apoio, no âmbito do FEAMP – Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, no valor de 1,2 milhões de euros, para a criação de parcerias entre cientistas e pescadores, lançado há cerca de um mês.

“Queremos ver surgir mais parcerias para acelerar a transferência de conhecimento entre cientistas e pescadores, de modo a promover uma pesca mais sustentável na Região”, afirmou.

O governante sublinhou o “elevado potencial” dos Açores para acolher investimentos na área da biotecnologia, apontando a proximidade geográfica aos ecossistemas de mar profundo, onde ocorrem organismos com potencial biotecnológico, e a investigação realizada pelos cientistas da Região.

Gui Menezes frisou ainda que o Governo dos Açores está a implementar um sistema de ordenamento do espaço marítimo que, apesar de ter em conta a diretiva europeia e a legislação nacional sobre a matéria, “não descura as competências autonómicas da Região relativamente à gestão do seu espaço marítimo”.

A ‘Blue Azores Expedition’, que decorreu durante três semanas, explorou o mar em volta das ilhas do Corvo e das Flores e alguns montes submarinos com o objetivo de mapear o seu fundo e quantificar a biodiversidade.

Esta missão científica, promovida pela Fundação Oceano Azul e pela Waitt Foundation, teve a parceria do Governo dos Açores, da National Geographic, do IMAR, do Instituto Hidrográfico e da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), que participou com o robô submarino ROV LUSO.

Fonte: GaCS

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