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Gui Menezes: Açores têm responsabilidade na preservação de aves marinhas
O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia defendeu hoje, nas Velas, que os Açores “têm responsabilidade de preservar” as aves marinhas que ocorrem no arquipélago, como é o caso dos garajaus comum e rosado, frisando que são “aves icónicas” da Região.
Gui Menezes afirmou que os investigadores estimam que, na Europa, cerca de 50% dos garajaus-rosados nidificam nos Açores, onde existem mais de três dezenas de colónias desta espécie, “altamente protegida por diretivas europeias”, defendendo, neste sentido, que “os Açores devem ter um papel de guardião destas aves emblemáticas”.
O Secretário Regional falava à margem de uma ação de campo, no âmbito do Censo Anual de Garajaus, que está a decorrer na ilha de São Jorge, junto ao Parque de Campismo das Velas, onde existe uma colónia destas aves marinhas.
Gui Menezes referiu que, através do recenseamento realizado em 2017, apurou-se que “a Região registou o maior aumento de garajaus em oito anos”, tendo sido contabilizados 4.048 casais reprodutores de garajau-comum, em 124 colónias, e 891 casais de garajau-rosado, em 25 colónias.
“Estes valores representam um aumento da população nidificante destas aves em relação a 2016, tendo-se contabilizado um aumento de cerca de 50% de casais reprodutores de garajau-comum e de 30% de casais de garajau-rosado”, disse.
O Secretário Regional adiantou que o Governo dos Açores, através da Direção Regional dos Assuntos do Mar, “investiu até agora cerca de 20 mil euros” nesta atividade, nomeadamente em despesas operacionais e de reequipamento dos Parques Naturais de Ilha, que considerou serem “parceiros centrais” no trabalho de recenseamento destas aves.
Gui Menezes lembrou que a monitorização de aves marinhas com estatuto de proteção regional, comunitária e internacional, como é o caso de ambas as espécies de garajaus, “constitui uma obrigação legal da Região no âmbito da Diretiva Aves (Rede Natura 2000), da Diretiva Quadro Estratégia Marinha, tendo ainda enquadramento na Convenção OSPAR”.
O Censo de Garajaus realiza-se anualmente em todas as ilhas dos Açores entre maio e junho, e é coordenado pela Direção Regional dos Assuntos do Mar desde 2016, em parceria com os Serviços de Ambiente e Parques Naturais de Ilha.
No recenseamento destas aves usam-se metodologias padronizadas para estimar o número de casais reprodutores.
Os trabalhos podem decorrer em terra ou no mar, consoante as colónias estejam ou não acessíveis aos técnicos, com recurso a equipamentos especializados, nomeadamente binóculos, telescópios e buzinas indutoras de voo.
Para as contagens feitas a partir do mar são usadas embarcações semirrígidas alugadas especificamente para o efeito.
As contagens de garajaus nas principais colónias da Região iniciaram-se em 1989, por iniciativa de investigadores de aves marinhas do DOP/IMAR.
A partir de 1993, este programa tem tido uma periodicidade mais regular, mas só na última década a monitorização se estendeu a todas as colónias do arquipélago.
Gui Menezes referiu que, em 2017, as ilhas do Grupo Central albergavam 50% da população nidificante de garajau-comum na Região, mas os garajaus-rosado preferem as ilhas do Corvo e das Flores, que concentram cerca de 76% de casais reprodutores desta espécie.
O censo conta com a participação anual de aproximadamente meia centena de pessoas, entre Vigilantes da Natureza e técnicos dos Parques Naturais de Ilha, investigadores do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e técnicos da Direção Regional dos Assuntos do Mar.
“O empenho e a participação de todas as pessoas envolvidas têm sido decisivos para o sucesso deste censo”, afirmou o Secretário Regional.
“Foi graças ao recenseamento de garajaus realizado em 2015 que se percebeu que o ilhéu da Praia, junto à ilha Graciosa, alberga a segunda maior colónia de garajau-rosado da Europa”, frisou, acrescentando que é “motivo de congratulação e encorajamento”.
“Significa que estamos a fazer um trabalho de conservação e de preservação desta espécie que se repercute no aumento destas populações nos Açores”, salientou Gui Menezes.
Foto ©SIARAM
Fonte: GaCS