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Novas lanchas e reparação de submarinos: os desafios do Alfeite
O regresso à construção dos estaleiros e a reparação de navios da Marinha vão dar novo alento a meio milhar de trabalhadores.
O Arsenal do Alfeite (AA) entrou no novo ano sem quaisquer dívidas, com mais de 18 milhões de euros em caixa para se modernizar e conseguir angariar mais clientes estrangeiros. Acabado de receber 10 milhões de euros da Defesa, o Arsenal vai iniciar em breve a modernização das fragatas da Marinha, construir (pela primeira vez desde 2009) lanchas salva-vidas e, a partir de 2018, reparar os submarinos portugueses.
“Prognósticos só no final”, diz a presidente daquela sociedade anónima de capitais públicos, Andreia Ventura. “Foram dadas as condições para que pudéssemos ter um ano de ouro” já em 2017, agora “compete-nos trabalhar e provar que somos capazes” de as potenciar, adianta ao DN, com um sorriso confiante.
A quase exclusiva dependência do cliente Marinha vai manter-se nos próximos anos e é um risco no longo prazo para o AA, num país já sem império ou guerras prolongadas. Mas os astros começam a alinhar-se para o médio prazo: “Após 2020, receberemos cerca de cinco milhões de euros nas pequenas reparações” aos dois submarinos “e 25 milhões nas intermédias”, informa a presidente do AA, acrescentando dados relevantes sobre a empresa: “Tem saldos transitados de 8,5 milhões de euros, não deve um cêntimo, paga a 30 dias e os clientes pagam no mesmo prazo.”
Obra prioritária é a do aumento dos 138 metros da doca seca – agora ocupada pelo navio hidrográfico D. Carlos I – para 220 metros, com comportas para dividir o espaço em função das necessidades. Isso tem de estar concluído até ao segundo semestre de 2018, quando se inicia a reparação do segundo submarino ao serviço da Marinha.
“Fazer uma grande reparação dos submarinos implicava parar a doca durante 15 meses” por falta de espaço para outras embarcações, explica Andreia Ventura, no último ano do seu mandato como presidente do AA. Acresce que essa modernização das infraestruturas – abrangendo as 70 chaminés nos 36 hectares dos estaleiros – vai ser acompanhada da aquisição de capacidades para reparar os submarinos (48 milhões em 2017/18).
“Temos obrigações de serviço público para manter e reparar a frota da Marinha”, lembra Andreia Ventura, embora consciente da necessidade de alargar a carteira de clientes. É aí que entra aquela nova valência, pois “permitirá posicionar o Arsenal na reparação de submarinos alemães” num país membro da NATO e da UE que tem uma “localização estratégica”.
Cauteloso está o dirigente sindical Rogério Caeiro, que já viu muitas promessas ficarem por cumprir numa empresa inaugurada em 1939, com 510 trabalhadores e que “desde 2009 perdeu mais de metade da mão de obra disponível”.
A verdade é os funcionários, a começar pelo próprio Rogério Caeiro, “estão expectantes” com o que já foi anunciado e quando ainda “há alguns trabalhadores” com contratos a prazo, numa empresa politicamente dominada pelo PCP e pelo BE. “Estamos satisfeitos com a posição do atual governo” em relação ao AA “e aí não será alheia a correlação de forças” no Parlamento, regista.
Fonte: DN