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Porto Formoso // População e pescadores continuam a queixar-se da falta de segurança no pequeno porto de pescas
Custou cerca de um milhão de euros e já foi inaugurado em 2011, mas o porto de pescas do Porto Formoso continua a não reunir consensos. Nem entre pescadores nem entre populares.
As frequentes quedas de turistas, locais e crianças, que têm resultado em braços e pernas partidas têm contribuído para que muitos se levantem por mais segurança naquele porto “de betão” que foi muito criticado na altura.
O porto que durante vários séculos se manteve numa baía natural, que terá dado o nome à freguesia, onde era utilizada a areia para se vararem os barcos, transformou-se num porto em cimento que pretendia melhorar as condições de trabalho dos pescadores que ainda ali existem. Estão ali atracados seis barcos de pesca e o triplo de barcos de recreio estão varados.
Num miradouro improvisado, mesmo junto à Junta de Freguesia, é possível ver ainda lá em baixo o “castelo” que permanece em ruínas, e a nova obra que abriga os barcos e que melhorou as condições de acesso ao mar e também à praia de areia que ali existe.
Mesmo de frente para o mar, pescadores preparam isca para voltar à faina. Mas não se vê mais ninguém por ali junto ao mar, “porque muita gente já ali caiu, ainda este ano uma criança partiu um braço ali e a mulher de um pescador caiu e partiu também um braço”.
Até mesmo os pescadores quando querem colocar os barcos no mar têm tido alguns dissabores, pois “quando a maré está vazia temos de aguentar a corda para deitar os barcos no mar e não conseguimos, escorregamos e vamos sempre para baixo juntamente com o barco”, reconhecem.
Há turistas que descem de carro o acesso até aos barcos e depois se aventuram a percorrer a areia para irem falar com os pescadores mas “ali na boca da ribeira, a água passa por cima do cimento e ganha limos e escorrega” e muitos também ali caem.
Alguns populares referem que deveria ser colocada cal na rampa de varagem para evitar que escorreguem nos limos, e mesmo o local onde vão desembocar as águas da ribeira devia ter o mesmo tratamento. “Ali na boca da ribeira já teve umas paletes para passarem por cima mas acabaram por tirar e quem não conhece vai por ali devagarinho mas acabam por cair”, referem alguns populares.
A Junta de Freguesia, dizem, “não põe cal na rampa porque diz que a obra está na garantia e não pode fazer nada”, nem mesmo retirar os limos que dificultam a varagem dos barcos e a passagem de turistas junto à areia.
No entanto, os populares defendem que “mesmo estando na garantia, tem de haver segurança. Se não for a Junta, que seja o Governo ou o dono da obra”, referem alguns populares que frequentemente se encontram nos miradouros que permitem uma vista privilegiada para a baía.
Também o molhe de pesca deveria “ser mais alto” porque quando vem o mau tempo o mar acaba por galgar os pontões. “Por sorte não tem levado barcos, mas quando há mau tempo a água do mar já costuma subir” e se o molhe fosse mais elevado protegeria melhor os barcos de pesca ali atracados. “Ali está mal feito”, defendem.
Também a saída da boca da ribeira “traz aquela água com lixo daquelas casas por aí abaixo e troncos de árvores e vem tudo ter aqui à praia”.
No Verão, dizem, aquela baía é bastante procurada não só pelos locais mas também por turistas e por famílias de outros pontos de ilha porque “as águas são muito sossegadas”. Mas “com as porcarias que vêm da ribeira, fica tudo preto, a água do mar fica muito preta ali naquele sítio” e apontam para o local onde desemboca a ribeira.
Há no entanto outros populares que referem que a obra veio beneficiar muito a freguesia. Concordam que veio alterar a vista da baía, que se manteve inalterada durante séculos mas que “o betão” veio trazer melhores condições de trabalho aos pescadores. Quanto às escorregadelas de turistas e locais, os mesmos populares reconhecem que existem mas admitem que “por vezes pode haver falta de cuidado” dessas pessoas que “ao verem os limos tentam passar na mesma” para ir pela areia quando podem passar por cima do local onde vai desaguar a ribeira.
E os maus cheiros no Verão? “Lá de vez em quando sentem-se”, referem os mesmos populares que são a favor do novo porto. Embora, alguns digam que “como não frequento a areia não sinto cheiro nenhum”, referem.
Os populares a favor e os populares contra a nova obra, são no entanto unânimes em afirmar que “o Porto Formoso é uma freguesia muito bonita”. Enquanto uns dizem que a vista da baía foi alterada com a nova obra, outros continuam a dizer que se manteve o mesmo traçado e que “não alterou muito” o porto que deu nome à freguesia.
Foto: soscostanorte.blogspot.pt
Fonte: Correio dos Açores