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Regatas de volta ao mundo – a evolução da espécie
As provas mais famosas sempre foram a Vendée Globe e a Volvo Ocean Race. Ambas acontecem de quatro em quatro anos — como a Copa do Mundo e as Olimpíadas —, mas essa é a única semelhança entre elas. A Vendée é disputada por navegadores solitários, que partem da costa da França, contornam a Antártida e voltam para o local da largada sem nenhuma escala no caminho – dura aproximadamente 90 dias. Essa é talvez a prova mais difícil do iatismo, mas a Fórmula 1 dos mares é, sem dúvida, a Volvo Ocean Race. A competição dura oito meses — cruzando os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico —, tem onze escalas ao redor do mundo, os barcos são os mais modernos do planeta e, para bancar essa estrutura toda, as equipes são patrocinadas por grandes empresas — com investimentos que passam a cifra de 20 milhões de dólares por equipa. Além disso, a Volvo (que até 1998 chamava-se Whitbread Round the World Race) é a competição de volta ao mundo mais antiga. A primeira edição rolou em 1973, organizada pela Marinha Real Britânica, que viu a regata como um ótimo desafio para os seus oficiais, até aquele ano, poucos veleiros tinham conseguido cruzar o cabo Horn (ao sul da América do Sul). O cabo continua sendo considerado um grande desafio, graças aos icebergs e às ondas que normalmente podem chegar a mais de 10 metros.
Whitbread deu início as regatas oceânicas. Em uma reunião de experientes velejadores em 1971 surgiu o embrião da regata Whitbread, uma competição ao redor do mundo que seria, na época, o maior desafio dos sete mares. Uma corrida para ser comparada com a escalada ao pico do Everest. Nunca foi exigido tanto dos equipamentos e tripulantes em uma regata.
Em 1973, competição que foi viabilizada graças ao apoio financeiro da Whitbread, que deu o nome à prova, e da British Royal Naval Sailing Association, largou de Portsmouth, na Inglaterra, deu a volta no globo, passou pelo Rio de Janeiro e retornou ao porto de origem. Ao total, 19 barcos largaram com média de 11 tripulantes, mas apenas 14 chegaram no fim.
A competição aconteceu de três em três anos até 1998, quando deu lugar à Volvo Ocean Race.
A partir de 2001, a Volvo Personvagnar AB, fabricante sueco de veículos e motores, passou a patrocinar a prova, dando origem ao nome atual da regata.
O percurso da regata tem sofrido alterações ao longo dos anos, mas basicamente consiste numa largada da Europa com destino à África do Sul, daí até a China, depois à Austrália, depois a perna mais longa até o Brasil, depois aos Estados Unidos e de volta à Europa.
As equipes foram no decorrer dos anos se profissionalizando e mudando sua forma de atuar nas regatas.
Antigamente as funções a bordo eram executadas por amadores e se restringiam a tarefas que eram executadas em escalas com grandes períodos de descanso.
Era comum nas paradas da Withbread encontrar tripulantes com a mochila prontos para embarcar, no caso de alguma desistência.
A grande mudança aconteceu em 1985, quando um grupo de velejadores franceses que velejavam de monotipo, organizaram uma tripulação e venceram no tempo corrigido com o barco “O Espírito de Equipa”.
Foi uma mudança de paradigma, pois a partir desta edição, este foi o modelo, velejadores experientes fazendo múltiplas funções, como navegação, planejamento, cozinha, etc.
Hoje não basta ser bom velejador e possuir conhecimentos, é preciso ter experiência e principalmente passar por uma infinidade de provas e treinamentos com o time até ser escolhido. Muitas vezes este processo, tarda mais que a própria regata.
E então? Pronto para embarcar?
Fonte: Nelson Ilha* / Náutica Brasil
*Especialista em regatas e veleiros. Velejador da classe Soling é, também, juiz de regatas da Federação Internacional de Vela