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170 gramas por dia. Portugueses são os maiores consumidores europeus de peixe
Se comessemos apenas o peixe pescado em Portugal não teríamos mais peixe para o que resta do ano. O alerta é feito por um conjunto de Organizações Não Governamentais portuguesas ligadas à pesca: cada português consome uma média anual de 62 quilos de peixe. Dividindo isto pelos 365 dias do ano, cada um de nós come aproximadamente 170 gramas de peixe todos os dias. Estamos três vezes acima da média da União Europeia.
Por esta altura já deve estar a pensar: ‘então e as sardinhas dos Santos Populares?’
Não se preocupe. O pior que lhe pode acontecer é ter de pagar um pouco mais por quarteirão porque a escassez do peixe faz disparar o preço. E deve também fazer disparar a consciência.
Porque quando as ONG ligadas à pesca alertam para a escassez de peixe, o que lhe estão a dizer na verdade são três coisas que deve reter: em primeiro lugar, é óbvio que este nosso apetite por peixe vai conduzir a um acelerado esgotamento de recursos. Por outro lado, os barcos portugueses fornecem apenas um quarto do peixe que consumimos. Os outros três quartos são importados. O que significa que, estando Portugal entre os maiores consumidores de peixe do mundo, estaremos certamente a contribuir para um desequilibrio de espécies noutros pontos do globo. E o salmão, muito apreciado pelos portugueses, é um bom exemplo.
E enquanto isso, desperdiçamos o peixe português. Sabia que boa parte do stock de cavala destina-se à alimentação do peixe criado em aquacultura?
Mas não é tudo: desde a adesão à Comunidade Económica Europeia, depois rebaptizada como União Europeia, Portugal tem assistido à diminuição do número de pescadores, embarcações e empresas de pesca.
Dados de 2016 do Instituto Nacional de Estatística – relativos a 2015 – indicam que o país tem aproximadamente menos 18 mil pescadores do que há 30 anos.
Neste espaço de três décadas, Portugal perdeu mais de metade da frota.
A consequência: é que em 1986, Portugal produzia 70% das suas necessidades de abastecimento interno.
Actualmente, só capturamos pouco mais de 30% do peixe de que necessitamos.
Foto: António Silveira
Fonte: Rádio Renascença