No porto do Corvo, que tem um pequeno cargueiro de 15 em 15 dias, vão ser investidos no próximo ano 4,3 milhões de euros e no porto de pescas da Ribeira Quente (com portos de pesca na Povoação e em Vila Franca), vão ser investidos 2,6 milhões de euros.
O Porto de Ponta Delgada, construído no século 19 por iniciativa dos comerciantes de São Miguel e cujas primeiras obras foram inteiramente suportadas por empresários micaelenses, mantém-se desde então e até aos dias de hoje como o principal e mais movimentado porto dos Açores. É também aquele que garante o suporte financeiro a todos os outros portos dos Açores e é a própria âncora financeira da empresa Portos dos Açores pois é o que garante praticamente 80 por cento da facturação da empresa, conforme dados que a seguir publicamos.
Sendo um porto essencial para os Açores pelo seu volume de trabalho é também essencial para garantir a viabilidade da Portos dos Açores e consequentemente dos outros portos açorianos. Daí não se perceber a gritante falta de investimento que se verifica nos últimos anos e que ameaça seriamente a operacionalidade e a própria sustentabilidade do porto. A primeira questão é a falta de obras há muito previstas pelo Governo dos Açores e continuadamente adiadas. Obras essas essenciais para manter a própria operacionalidade do Porto:
1– Reforço do Manto de Protecção do molhe e reperfilamento do cais à cota -6,00 m (ZH) do Porto de Ponta Delgada.
Esta obra inclui reabilitação do terrapleno e consolidação da testa do cais 6, dragagem e reforço do manto de protecção com custo previsto de 3, 54 milhões de euros
2– Reperfilamento do Cais 10 do Porto de Ponta Delgada, que inclui consolidação do intradorso do cais com o custo previsto igualmente de 3,54 milhões de euros.
Apesar de previstas na Carta Regional das Obras Públicas para o segundo semestre de 2015, não se conhece data do concurso publico para a realização das mesmas. Um levantamento efectuado pela Portos dos Açores dá uma primeira indicação de a obra ultrapassar os 14 milhões de euros.
Sendo urgentíssima essa obra, de acordo com os próprios técnicos da Portos, não se compreende que para além de não ter lançado as obras, o Governo (com o silêncio conivente dos deputados eleitos por São Miguel) tenha garantido no Plano para 2016 apenas 666 mil euros para o Porto de Ponta Delgada, verba irrisória para as necessidades de investimento do porto que são muitas para alem destas obras e sobre as quais falaremos em próxima edição.
Mais uma nota final para referir que se o Governo dos Açores não considera prioritário investir no principal porto da Região e que garante a sustentabilidade da empresa Portos dos Açores estranhamente dá prioridade a outros investimentos em outros portos previstos no Plano agora aprovados por todos os deputados do PS incluindo os de São Miguel, a saber:
Investimentos previstos para os portos açorianos no Plano 2016
Porto das Velas de São Jorge (um cargueiro por semana) 7,5 milhões de euros
Porto da Horta mais de 6 milhões de Euros
Porto do Corvo (um pequeno cargueiro 15 em 15 dias) 4,3 milhões de euros
Porto de Angra 3,4 milhões de euros
Porto das Poças Flores 2,7 milhões de euros
Porto da Ribeira Quente (ao lado dos de Povoação e Vila Franca) 2,6 milhões euros
Porto do Topo (pescas e marítimo turística) 1,5 milhões
Porto da Praia da Vitoria 867 mil euros
Porto da Calheta São Jorge 733 nil euros
Porto de Ponta Delgada 666 mil euros
Porto da Madalena Pico 580 mil euros
Porto de São Roque Pico 500 mil euros
Fonte: Correio dos Açores
