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Cavalo-marinho // O símbolo da Semana da Ria Formosa
A Semana da Ria Formosa, que irá ocorrer entre 4 a 8 de abril
O cavalo-marinho foi escolhido como símbolo da Semana da Ria Formosa que será dedicada à comemoração dos valores ambientais e culturais associados à Ria Formosa. A escolha desta espécie visa alertar para a atual situação de declínio da população na Ria Formosa. Ao ser uma espécie indicadora da qualidade ambiental, funciona como um alerta para as ameaças que o sistema lagunar da Ria Formosa enfrenta.
A Semana da Ria Formosa, que irá ocorrer entre 4 a 8 de abril, é uma iniciativa dirigida à comunidade escolar dos concelhos do Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) que pretende difundir informações, estimular o conhecimento e práticas que possam incrementar a consciencialização e o reconhecimento da importância desta zona. Pretende-se, assim, contribuir para a construção de uma consciência ecológica conducente à preservação do património natural e cultural.
Esta iniciativa, promovida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através do seu departamento do Algarve, junta 17 entidades diferentes, unidas numa lógica de parceria e cooperação: as Câmaras Municipais de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, os serviços regionais da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a Universidade do Algarve, a Autoridade Marítima do Sul, a Águas do Algarve, a ALGAR, o RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, a Associação Almargem e os Centros de Ciência Viva do Algarve e de Tavira.
Cavalos-marinhos na Ria Formosa
Os cavalos-marinhos são espécies carismáticas e particularmente vulneráveis devido à sua biologia peculiar. São espécies que providenciam cuidados parentais a pequenas proles, possuem fraca mobilidade e elevada dependência relativamente ao seu habitat. Para além disso, habitam zonas costeiras de baixa profundidade, onde a atividade humana é mais acentuada e as perturbações ambientais são mais frequentes e severas, o que leva a que as suas populações se encontrem ameaçadas à escala mundial devido à degradação ambiental, captura acessória em artes de pesca e sobre-exploração para utilização em medicinas tradicionais e aquariofilia.
Na Ria Formosa ocorrem duas espécies de cavalo-marinho, o cavalo-marinho-de-focinho-comprido (Hippocampus guttulatus) e o cavalo-marinho-de-focinho-curto (H. hippocampus) também elas sujeitas aos mesmos problemas. O estudo inicial, realizado em 2000, identificou a Ria Formosa como o local com maior densidade populacional destas espécies a nível mundial, mas após uma década verificou-se um decréscimo drámatico, superior a 90%, devido a causas ainda desconhecidas.
Estudos recentes (2014) mostraram, no entanto, que a abundância populacional destas espécies, apesar de estar longe dos valores anteriormente observados, registou um ligeiro acréscimo comparativamente aos estudos realizados em 2009. Observou-se que fatores como a poluição sonora subaquática, a degradação ambiental, a pesca e fatores naturais têm um impacto significativo e contribuem para um fracionamento continuado destas populações. Demonstrou-se de igual forma que estruturas artificiais podem ser utilizadas com sucesso na reabilitação do seu habitat. Outros estudos para avaliar as causas ambientais e antropogénicas que levaram à diminuição populacional registada continuam a ser necessários.
Curiosidades
Os machos ficam grávidos!
A fêmea deposita os seus ovos numa bolsa que o macho tem no abdómen, tendo o macho a tarefa de os criar até ao nascimento. Quando os ovos eclodem os pequenos cavalos-marinhos são libertados pelo macho através de contrações que podem durar até 12 horas. As crias são independentes após o nascimento e somente uma em um milhar sobrevive até à idade adulta.
Eles não parecem peixes mas são!
Eles não parecem os peixes típicos, mas estão classificados como tal, devido às seguintes características: a bexiga natatória para controlar a flutuabilidade, guelras para respirar e barbatanas para os propulsarem na água.
Apesar de serem peixes, não têm escamas
Os cavalos-marinhos não têm escamas, o seu corpo é constituido por um exoesqueleto que consiste em placas rígidas fundidas entre si.
Eles adoram comer!
Os cavalos-marinhos realmente adoram comer. Eles alimentam-se constantemente de pequenos crustáceos, para satisfazer um elevado metabolismo de modo a se manterem vivos. As crias podem ingerir umas impressionantes 3000 porções de alimento por dia!
Eles acasalam para a vida?
São criaturas monógamas por cada ciclo reprodutor. A sua corte inclui uma dança em que exibem várias cores, nadando lado a lado e em redor um do outro.
São exímios na arte da camuflagem
Estas criaturas são especialistas em esconderem-se no meio onde vivem. Algumas espécies até podem mudar de cor corporal para se misturarem com o meio, enquanto outras já têm a cor adequada, forma, tamanho e textura para se confundirem com corais.
Uma cauda preênsil invulgar
Esta cauda permite-lhes agarrarem-se a ervas marinhas e outras algas evitando que sejam arrastados por correntes fortes e ondas.
Maus nadadores
Os cavalos-marinhos são maus nadadores. O que os torna diferentes dos outros peixes, é que nadam numa posição vertical. A barbatana dorsal bate a 30-70 vezes por segundo para os propulsar, as barbatanas peitorais ajudam à estabilidade e ao rumo.
Os seus olhos funcionam independentemente entre si.
Os cavalos-marinhos têm um grande sentido de visão. Os seus olhos movimentam-se independentemente um do outro, de modo a estarem sempre conscientes do meio que os rodeia.
Têm poucos predadores
Os cavalos-marinhos são muito rígidos e indigestos para a maioria das espécies com quem coabitam, assim não têm muitos predadores com que preocupar. No entanto, a grande ameaça para a sua sobrevivência são os humanos, que os capturam a um ritmo mais elevado do que aquele a que eles se conseguem reproduzir.
Fonte: Diário Online | Algarve