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CDS-PP quer ver “Espalamaca” novamente a navegar

CDS-PP quer ver “Espalamaca” novamente a navegar

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, diz que quer ver a histórica lancha “Espalamaca” a navegar e que “não vai descansar” enquanto isso não acontecer, comprometendo-se a apresentar no Parlamento uma iniciativa para que, no âmbito da recuperação da embarcação, a mesma seja motorizada.

Ao início de tarde do passado Sábado, na freguesia de Santo Amaro, em São Roque do Pico, Artur Lima foi averiguar dos trabalhos de recuperação da “Espalamaca”, trabalho que está a ser feito desde finais do ano passado, nos Estaleiros daquela freguesia picoense, por proposta do CDS-PP apresentada em finais de 2011.

O Governo Regional, para já, adjudicou trabalhos de recuperação da lancha com o intuito de a colocar em exposição em terra, mas o Líder do CDS-PP afirma que o objetivo do Partido, desde a primeira hora, “é voltar a ver a Espalamaca a navegar”, especialmente vocacionada para fins turísticos, até porque, sublinhou, “os barcos vivem no mar”.

“É com satisfação que vemos que o Governo já pôs em prática a proposta do CDS para a recuperação da Espalamaca. Desde o início que o nosso objectivo, para além da recuperação deste importante património histórico e cultural, era voltar a garantir a navegabilidade da Espalamaca. Segundo percebemos a lancha tem todas as condições para voltar ao mar e, por isso, entendemos que se deve dotar a Espalamaca da motorização adequada para poder fazer os seus passeios turísticos, porque este barco não pode ficar em terra a morrer; os barcos vivem no mar”, disse Artur Lima.

Os populares comprometem-se, perante uma certa resistência governamental em motorizar a embarcação, alegadamente por motivos de custos (a recuperação dos motores da “Espalamaca” está orçada em 250 mil euros), em apresentar no Parlamento uma iniciativa para que o executivo socialista ultrapasse esta dificuldade e contribua para que a lancha volte a navegar.

“Não podemos aceitar que um Governo que equaciona gastar entre 80 a 100 milhões de euros em dois novos navios de cruzeiros, não tenha dinheiro para recuperar o nosso património histórico e cultural, por 200, ou 300, ou 400 mil euros, como parece ser preciso para a Espalamaca. Nós não vamos descansar enquanto não virmos a Espalamaca ali no mar e a navegar”, garantiu o Lima.

Numa visita acompanha por Mestre João, responsável pela recuperação da lancha nos Estaleiros Navais de Santo Amaro, os democratas-cristãos tiveram ainda tempo para ouvir falar da necessidade de recuperação de outro património marítimo típico do Pico – as chamadas “lanchas gasolinas”.

Artur Lima, no final da visita, reconheceu que sempre que vai à ilha montanha sai “sensibilizado para a necessidade de preservação deste valiosíssimo património”, tendo anunciado que o seu Grupo Parlamentar vai apresentar, para além da proposta de motorização da “Espalamaca”, “outra iniciativa para que o Governo Regional reforce os apoios concedidos às lanchas gasolinas do Pico, para que se possa preservar todo este património histórico e cultural riquíssimo”, visando a captação de “um turismo de qualidade, diferente do turismo do resto do País e da Europa”, porque, defendeu, este tipo de património “chama turistas, potencia o nosso turismo e preserva a nossa história e a nossa cultura”.

 

Espalamaca a renascer

A propósito recorde-se que a proposta do CDS-PP Açores para que se estudasse a viabilidade da recuperação e reutilização futura da histórica lancha “Espalamaca”, foi aprovada por unanimidade pelo Parlamento Açoriano, a 4 de Julho de 2012.

Na altura, Artur Lima realçou o entendimento popular que “o Governo Regional deve pugnar pela preservação e conservação dos bens históricos, materiais e culturais da Região, dos quais deve fazer parte a ‘Espalamaca’, histórico ícone do empreendedorismo de outrora e testemunho ainda vivo da capacidade e qualidade da manufatura naval açoriana”.

“Ao passarmos pelos Estaleiros da Madalena e vermos o avançado estado de degradação de um ícone cultural histórico da nossa Região, não conseguimos ficar parados”, justificava então o Líder centrista, salientando que durante décadas o transporte marítimo no canal Pico/Faial foi assegurado por várias lanchas, tendo a lancha “Espalamaca” assumido esse serviço a partir da década de 50 do século XX, perdurando ainda na memória de muitos os valorosos serviços prestados na mobilidade de pessoas e carga entre essas duas ilhas até à última década do século passado. A “Espalamaca” foi retirada do serviço na década de 90 do século XX, e encontrava-se em avançado estado de degradação, varada no Porto da Madalena do Pico quando a proposta do CDS-PP foi aprovada.

Fonte: Azores Digital

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