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Chicharro a 25 euros o quilo gera uma onda de protesto entre utentes do Mercado da Graça em Ponta Delgada
Foram ontem vendidos cerca de dois quilos de ‘chicharro novo’ na lota de Ponta Delgada a 15 euros o quilo que depois chegaram a estar à venda no Mercado da Graça a 27.50 euros e, depois, a 25 euros o quilo, soube o Correio dos Açores.
Estes são recordes para o preço de chicharro, quer na primeira venda, em lota, quer, depois, na venda ao público. É notório que entre a primeira venda e a venda ao público o ‘chicharro novo’ subiu 10 euros por quilo, segundo o informador do Correio dos Açores, que está por dentro do processo de venda em lota e pediu o anonimato.
A mesma fonte de informação realçou que o próprio preço do ‘chicharro miúdo’ em lota “é atípico”, admitindo que o preço de venda ao público “esteve muito elevado”.
Os intermediários costumam alegar que a diferença de preço entre a primeira compra em lota e a venda ao consumidor se deve à taxa de lota, ao preço do gelo, do transporte, à taxa do Mercado da Graça, entre outras despesas.
O chicharro novo a 25 euros o quilo estava quase ao preço da lagosta e mais caro do que o próprio goraz, que estava a ser vendido no Mercado da Graça a 22.52 euros; a garoupa a 13.50 euros; o peixão miúdo a 7.50 euros; a veja a 9.50 euros, entre outras espécies consideradas ‘peixe fino’.
Foram centenas os utentes do Mercado da Graça que fizeram fotos ao ‘chicharro novo’ a 25 euros o quilo e postularam nas redes sociais. A redacção do Correio dos Açores foi alertada ao fim da manhã por um utente que chegou a ver o ‘chicharro novo’ a 27.50 euros o quilo e o vendedor a mudar o preço para 25 euros o quilo. Fomos ao Mercado da Graça onde conversámos com vários consumidores que se manifestavam incrédulos e protestavam pelos preços a que estava o peixe. Publicámos, de imediato a foto do preço a 25 euros o quilo na página do jornal no Facebook com outras fotos de preços do designado ‘peixe fino’ a pedir a opinião dos leitores do jornal sobre os preços do peixe e as reacções foram imediatas.
Desde logo, no momento em que encerramos a edição de hoje em papel, a série de fotos publicadas no Correio dos Açores no Facebook 22.500 pessoas alcançadas. O ‘post’ tinha sido partilhado por mais de 230 pessoas, gerando reacções não só de leitores dos Açores como da Madeira, Portugal continental e mesmo das comunidades de emigrantes nos Estados Unidos e Canadá.
No ‘post’ havia mais de uma centena de gostos e dezenas de pessoas a manifestarem “surpresa” e “ira”. E foram também dezenas, os comentários deixados por leitores do ‘Correio dos Açores’, correspondendo ao pedido do jornal.
“Credo, já não se pode comer peixe”, escreveu um dos leitores e outro acrescentava: “25€? É um absurdo! Antigamente, o peixe era dos pobres e agora é ao contrário”.
“Estes chicharros são de ouro”, escreveu um leitor; “dourados”, acentuava outro. E logo vinha um terceiro leitor: “Está mais caro do que o ouro”.
“Os pescadores que enfrentam o mar recebem uma ninharia de nada e querem acabar com a profissão deles. O mar dos Açores é dos açorianos. Vêm para cá pescar espanhóes, coreanos, chineses, de toda a raça e os açorianos se querem comer peixe é isso que se vê, uma vergonha”.
Um dos leitores também foi ontem ao Mercado da Graça, em Ponta Delgada, e deixou um registo na página do jornal no Facebook. “Tive de olhar várias vezes para o preço lá mencionado, um autêntico balúrdio…” Entre os leitores do Correio dos Açores havia uns mais agressivos face ao preço do ‘chicharro miúdo’: “Isto é um roubo escandaloso. Eu nego-me a comprar chicharros a este preço. Acredito que quem está a ganhar a maior parte deste dinheiro é o intermediário e não o pescador”. Aliás, acrescentava outro leitor, “os pescadores estão cada vez mais pobres”.
Um leitor afirmou que “para podermos comer peixe a este preço, o ordenado tem que aumentar” e outro considerou o preço do ‘chicharro miúdo’ “um exagero. Vão guardá-lo para isca. Quem é que pode comprar peixe a este preço? Há muitas alternativas…”
“Antigamente o chicharro era o que os pobres mais comiam…” e agora “peixe só mesmo para gente rica!”, escreveu outro leitor.
Foi grande a expansão da notícia a partir da página do Correio dos Açores no Facebook e foram muitos os comentários.
“Chicharo ao preço da lagosta!”, exclamava um, para logo outro concluir: “Viva a lagosta”.
Fonte: Correio dos Açores