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Cofaco está a laborar atum congelado importado quando se pesca grandes quantidades de atum fresco nos Açores

Cofaco está a laborar atum congelado importado quando se pesca grandes quantidades de atum fresco nos Açores

A fábrica da Cofaco, em Rabo de Peixe, estará a laborar atum congelado importado, numa altura em que se encontram várias manchas de atum bonito fresco próximas das ilhas da Região, com maior incidência ao Sul de São Miguel. Só que, o Governo dos Açores, por falta de armazenamento, tem condicionado as capturas por embarcação e obrigado a descargas em entrepostos frigoríficos do grupo central do arquipélago de peixe que é pescado próximo de São Miguel.

Numa nota que tornou pública, a Lotaçor afirmou que a safra do atum na Região “é uma operação chave para a nossa economia, que envolve diversos sectores de actividade, exigindo por isso uma grande coordenação de todos”, inclusive da indústria conserveira.

Acrescenta a Lotaçor que os “constrangimentos provocados pela falta de disponibilidade de congelação e armazenamento de tunídeos na Região, têm obrigado a um acompanhamento semanal da Secretaria Regional do Mar e das Pescas, através da Direcção Regional das Pescas, da Federação das Pescas dos Açores, APASA e Lotaçor”.

No início e Agosto “apenas os entrepostos de Ponta Delgada e da Madalena estavam operacionais. Contudo, a taxa de ocupação do entreposto de Ponta Delgada era de 85% e o da Madalena de 7% que, em conjunto com as quantidades desembarcadas de atum bonito nos últimos dias levou a que se tornassem medidas com carácter extraordinário”.

Assim, determinou-se que o desembarque de atum deve ser realizado na Madalena do Pico até um máximo de 40 toneladas no espaço de quatro dias.
Ainda segundo o comunicado, o desembarque de atum com destino ao entreposto de Ponta Delgada “apenas pode ser efectuado até um máximo de duas toneladas por embarcação e por descarga”.

“Será atribuída uma compensação, a pagar no final da safra, às embarcações que tenham que se deslocar à Madalena e São Jorge para descarga, de acordo com o número de milhas que serão obrigados a percorrer”.

A fábrica da Cofaco tem armazéns frigoríficos junto às suas instalações, em Rabo de Peixe, e, numa altura em que estão a ser pescadas grandes quantidades de atum em fresco, continua a laborar atum congelado.

Cofaco não explica

Os informadores do Correio dos Açores, dignos de todo o crédito, consideram “lamentável que a Cofaco, em Rabo de Peixe, não se esteja a portar como player activo” na compra de atum fresco e que, alegadamente, “continue a laborar pescado importado, com sinais de pouco interesse na compra, e sem ajudar em nada numa fase da safra em que todo o peixe a laborar só levaria a aumentar o volume da pesca diária”.

Esta postura da Cofaco, a confirmar-se, é considerada por armadores e pescadores da Região extremamente negativa para os Açores já que a sua divulgação põe em causa o processo de certificação Dolphing Save.

O atum dos Açores tem  grande procura em nichos de mercado de Espanha e de Itália por o atum ser pescado na Região com o método de salto e vara, que não provoca a morte, mesmo que involuntariamente, de golfinhos. Esta é uma das mensagens de marketing que levem à venda do atum em lata proveniente dos Açores.

Ora, se a fábrica de conservas de atum dos Açores Cofaco, numa altura em que a frota atuneira açoriana está a pescar grandes quantidades de atum em fresco, prefere laborar atum congelado importado de países onde é capturado com o método de cerco com rede, onde surgem golfinhos que acabam por morrer, é a imagem das conservas de atum desta fábrica que está em causa. Além de que esta posição da conserveira acaba por afectar toda a indústria conserveira açoriana.

O Correio dos Açores chegou à fala com o Director da fábrica da ‘Cofaco’ em Rabo de Peixe, Alexandre Amorim, que não quis confirmar nem desmentir a notícia e que remeteu o jornalista para a administração da empresa em Lisboa.

Contactada a Cofaco em Lisboa, do secretariado comunicaram que “neste momento não está cá ninguém para responder a este informação”.

Fonte: Correio dos Açores

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