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Dois jovens açorianos procuram apoios para concretizar sonho de aprender navegando em navio-escola holandês

Dois jovens açorianos procuram apoios para concretizar sonho de aprender navegando em navio-escola holandês

Um grupo de 34 alunos, entre os 14 e os 17 anos, efectua parte de um ano lectivo a bordo de um barco à vela,  o ‘Regina Maris’. Esta iniciativa, organizada pela holandesa ‘School at Sea Foundation’, oferece aos alunos uma oportunidade de conciliar a vertente académica com a exploração de variadas culturas e países, a bordo de um veleiro de 50 metros.

 

Chama-se Emília, é meia lisboeta e meia açoriana

Tem 17 anos e na sua página oficial (http://caradanjoemilia.wixsite.com/mimiatsea) explica: “vivo no Faial, Açores há seis anos com os meus pais e irmãos, tendo nascido em Lisboa. Gosto de fazer trilhos. Adoro mergulhar! Jogo ténis e durante vários anos pratiquei vela. Estou a fazer um curso de windsurf! Sou uma das organizadoras de um grupo de apoio a alunos mais novos, na escola!”
Em Setembro vai começar a frequentar o 12º ano na área de Ciências e Tecnologias, no Faial e confessa que procura ter um papel activo na sociedade e comunidade escolar, inclusive e explica que começou, em Outubro de 2015, um projecto de apoio a alunos mais novos na sua escola.
“Adoro os Açores, o mar, a vida, os desafios… Mas quero alargar horizontes, quero aprender o mar, quero mais autonomia e responsabilidade, quero multiculturalidade e jogo de equipa. Quero inovar, aprender, crescer, respeitar e agir”. Mas o seu sonho passa agora por participar no ‘School at Sea’, um projecto educativo inovador.
Um grupo de 34 alunos, entre os 14 e os 17 anos efectua parte de um ano lectivo a bordo de um barco à vela, o ‘Regina Maris’.
Esta iniciativa, organizada pela holandesa ‘School at Sea Foundation’, oferece aos alunos uma oportunidade de conciliar a vertente académica com a exploração de variadas culturas e países, a bordo de um veleiro de 50 metros.
Educação pela experiência, responsabilização e conhecimento do mundo são as três ideias fortes do projecto.
Toda esta vertente de interculturalidade está associada à vida num navio, dificuldades a ela inerentes e necessária relação e interacção com os restantes alunos, professores e tripulação a bordo do navio.
Partindo de um princípio de “Natural learning”, aprendizagem pela experiência, pelo erro, incrementa-se a responsabilidade e autonomia. É dada aos alunos a oportunidade de explorar e de descobrir.
O valor inerente à participação no ‘School at Sea’ ultrapassa a capacidade financeira da minha família. O custo, por aluno, é de 21 612€, só possíveis de alcançar com vários patrocinadores.
Mas, infelizmente, nem todos os candidatos podem participar no ‘School at Sea’. No ano passado concorreram mais de 100 candidatos tendo sido aprovados 34, pelo que a ‘School at Sea Foundation’ tem um sistema de selecção muito bem estruturado.
É dada aos alunos a oportunidade de descobrir e explorar. O ‘School at Sea’ reconhece que há indiscutivelmente variadíssimas formas de conhecimento e que individualmente as competências a explorar são inúmeras.
Este projeto pode, de facto, ser uma das importantes semente da mudança na nossa sociedade.
Segundo nos conta Emília “estou agora a angariar fundos, recorrendo a patrocinadores e ‘crowdfunding online’. O ‘Peter’s Café Sport’, o Clube Naval da Horta, a ‘Flying Sharks’, o ‘Jornal da Economia do Mar’, o ‘Kit do Mar – emepc’, a ‘Excelência Portugal’ e ‘Aporvela’  são as entidades parceiras no meu projecto, fora os apoios individuais, ao nível de ‘crowdfunding’ e participação em eventos (‘Oceans Business Week’ e ‘The Tall Ships Races’, por ex.) , que tenho tido. No entanto, para concretizar este grande de sonho preciso de mais parceiros a bordo, pelo que continuo na busca por patrocinadores interessados”.
Caso este grande sonho se concretize o embarque é em Amesterdão a 16 de Outubro, e o regresso a Terra, após 18 paragens, 13 países e 6 meses de mar, é a 16 de Abril de 2017.
“Quero garantir que a minha experiência no ‘School at Sea’ chega ao maior número de pessoas possível, quero garantir que os alunos açorianos e portugueses acompanham todo o processo e etapas associadas a esta grande aventura. Para isto, vou escrever crónicas de viagem, gravar vídeos da vida a bordo e publicar tudo isto no meu website (http://caradanjoemilia.wix.com/mimiatsea). Peço a vossa ajuda no sentido de divulgar esta iniciativa, tornar este sonho possível garantindo a divulgação e cobertura mediática do projecto”, acrescenta a jovem.

 

Jorge Medeiros e a paixão pelo mar

Na sua página “Jorgeatsea” (http://jorgemedeirosschoo.wixsite.com/jorgeatsea/blank-3), o jovem Jorge Medeiros, natural do Faial, apresenta-se como “um estudante e velejador de 16 anos a tentar integrar-se num projecto com duração de 6 meses que consiste em atravessar o Atlântico num navio-escola”.
Frequenta o 11º ano na área de Línguas e Humanidades, na Escola Secundária Manuel de Arriaga, na Horta e quer também participar do projecto ‘School At Sea’ no ano de 2016/2017.
“Sou velejador do Clube Naval Da Horta e pratico vela desde os 7 anos de idade e, desde então, nunca quis deixar de praticar esta modalidade, pois não me imagino a praticar mais nenhuma modalidade a não ser a vela. Adoro desafios e quero participar no ‘School At Sea’ porque até agora é o projecto que mais me cativou por estar ligado ao mar, pelo facto de estando longe de casa, irei enfrentar novos desafios em lugares que nunca estive antes, dá-me  mais responsabilidade e  conhecimento cultural e o espírito de equipa que é uma das componentes a que a vela de habituou. Quero participar no ‘School At Sea’ especialmente porque quero desenvolver mais habilidades e conhecimentos no campo da vela, pois estar abordo de um navio-escola é completamente diferente do que eu estou habituado”, acrescenta o jovem.
Os custos para a participação no projecto são de 3602 euros por mês. Uma vez que o projecto tem a duração de seis meses, soma um total de 21,612€.
Uma das características do programa é que sejam os próprios participantes a procurar patrocinadores de modo a angariar os fundos necessários para a concretização do projecto.

Fonte: Correio dos Açores

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