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Gregos põem em causa navio para as Festas do Senhor Santo Cristo e futuro da Atlânticoline

Gregos põem em causa navio para as Festas do Senhor Santo Cristo e futuro da Atlânticoline

Os empresários gregos envolvidos no transporte marítimo de passageiros este Verão nos Açores estão a por em causa o início da operação previsto para 18 de Maio permitindo aos passageiros das diversas ilhas viagem para São Miguel a fim de participarem nas Festas do Senhor Santo Cristo.

O empresário a quem foi adjudicado o Transporte Marítimo de Passageiros para os próximos 3 anos comprometeu-se a ter esta semana nos Açores o navio MASTER JET enquanto o MEGA JET chegaria mais tarde. O navio devia ter chegado na passada segunda-feira a Lisboa para efectuar em Portugal Continental as respectivas inspeções mas ontem à tarde ainda estava no Porto de Pireu. A situação tem causado grande preocupação na Presidência do Governo que, como noticiou recentemente o Correio Economico, está a acompanhar o processo e já tinha chamado a Santana a administração da Atlanticoline. O Presidente da empresa Carlos Faias chamou a si há várias semanas a condução do processo e ele próprio partiu domingo passado para a Grécia à frente de uma delegação da Atlanticoline que foi tentar adiantar a vinda dos navios.

O certo é que de acordo com os sites de acompanhamento e localização de navios na NET (como o AIS e o Localizatodo entre outros) indicam que os navios permanecem no Porto de  Pireu. No caso do MASTER JET, navio que já deveria ter chegado a Lisboa, a embarcação chegou a ter anunciada a sua saída para ontem, com passagem por Malta, para reabastecimento, mas isso só deverá acontecer no sábado às 14 horas. Na melhor das hipóteses o navio chegará a Lisboa na segunda ou terça-feira da próxima semana, terá de fazer as inspeções e seguir para os Açores onde ainda tem de efectuar algumas operações técnicas como a limpeza do tanque de combustível utilizado para a viagem desde a Grécia. Teria que sair na quinta, máximo sexta-feira, para poder transportar os passageiros que vêm a São Miguel para o Santo Cristo.

O incumprimento das datas acordadas por parte dos gregos põe em causa o início da operação e fragiliza (embora sem culpa directa) a Atlânticoline e o Governo dos Açores, embora se saiba que o movimento de passageiros para as Festas do Senhor Santo Cristo, vindos do Grupo Central, nem é muito expressivo, mas tratam–se de questões de natureza contratual.

Os gregos estão também a pressionar a Direção Geral dos Transportes e a Direção Geral da Concorrência em Bruxelas para não apoiar a construção de navios para os Açores. Como é sabido, o Governo Açoriano através da Atlânticoline tinha prevista a construção de dois ferries para assegurar o transporte marítimo de passageiros, e alguma carga no sistema RORO, mas o processo tem vindo sempre a ser travado por Bruxelas. Havia suspeitas que por trás das dificuldades levantadas por Bruxelas estava um poderosíssimo “loby” de armadores gregos o que foi agora confirmado. Numa derradeira tentativa para obter o apoio de Bruxelas a Atlânticoline e o Governo dos Açores modificaram o seu projecto que prevê agora a construção de um navio, em vez de dois, o que fará diminuir o investimento de 80 para 53 milhões (estimativa).

A Grécia, como se sabe, tem das maiores e também mais antigas frotas do mundo e tradicionalmente os armadores gregos são poderosos e aparecem envolvidos em negócios relacionados com navios por todo o mundo.

Fonte: Correio dos Açores

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