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Greve da estiva em Lisboa causa graves prejuízos às empresas dos Açores
Os armadores que operam nos portos dos Açores confirmaram ontem ao ‘Correio dos Açores’ que os estivadores do porto de Lisboa “não estão a garantir os serviços mínimos” que a lei prevê para as Regiões Autónomas. “Há 48 horas que não se movimenta carga no porto Lisboa para os Açores, e amanhã (hoje) deverá manter-se este boicote”, disse um responsável por uma das empresas armadoras ao jornalista. Numa situação normal, os navios deviam sair hoje do porto de Lisboa carregados, com destino aos Açores.
A Secretaria Regional do Turismo e Transportes confirmou ao ‘Correio dos Açores’ que solicitou ao Ministério do Mar “em tempo útil” a ‘garantia de serviços mínimos’ nas ligações marítimas para a Região durante esta greve dos estivadores do porto de Lisboa, mas que, até ontem, não havia qualquer informação de que tenham sido decretados.
Normalmente, os ‘serviços mínimos’ para os Açores e Madeira são solicitados pelos governos das duas Regiões Autónomas ao Governo da República e decididos em Tribunal Arbitral. Mas, até ontem, não havia qualquer notícia de que se tenha chegado a acordo sobre quais os serviços mínimos que deverão ser assegurados nesta greve.
O que está a acontecer é que os estivadores do porto de Lisboa estão a fazer greve às horas extraordinárias entre as 17h00 e as 8h00 e, durante o dia de trabalho, têm mantido em reuniões plenárias, uma forma de “fugir à obrigação de garantir os serviços mínimos”, disse a fonte de informação do ‘Correio dos Açores’.
O facto é que a ‘Transinsular’ tinha ontem deslocalizado o seu porto de operações de Lisboa para Setúbal, onde o navio ‘Ponta do Sol’ ainda descarregou a mercadoria dos Açores antes da greve, mas já teve grande dificuldade em carregar a mercadoria da ‘Box-Lines’ com destino ao arquipélago.
A ‘Mutualista Açoriana’ desviou o navio ‘Furnas’ de Lisboa para Leixões para receber carga que, inicialmente, estava na capital portuguesa e que foi em contentores, por via terrestre, para Leixões, o que representa um encargo adicional de 400 a 500 euros por frete que será pago pelos empresários proprietários da carga.
A ‘Transinsular’ tem o ‘Monte da Guia’ a carregar em Leixões, de onde o navio deverá sair hoje com destino a Ponta Delgada.
Também está garantido que a ‘Box Lines’ desviou o ‘Madeirense III’ da linha da Madeira para a operação dos Açores e navio deverá sair amanhã carregado de Leixões com destino a Ponta Delgada.
Nesta primeira fase da greve da estiva em Lisboa, os navios de e para os Açores não sofreram grandes atrasos, com a excepção do ‘Ponta do Sol’ que teve dificuldades em carregar carga para os Açores no porto de Setúbal, onde a estiva está solidária com a de Lisboa.
Apesar de, nestes primeiros dias de greve não haver grandes atrasos nas viagens dos navios, o facto é que as empresas açorianas que têm carga nos terminais do porto de Lisboa estão a somar elevados preáuízos.
Torna-se evidente que o facto de os operadores de transporte marítimo de mercadorias entre o continente e os Açores estarem a utilizar portos alternativos para fugir à greve em Lisboa (onde não se estará a garantir a lei do serviço mínimo de transporte marítimo para os Açores e Madeira), vai minimizar os efeitos da greve nos próximos dias mas, nesta primeira fase, obriga os transitários a pegarem na carga de Lisboa e a transportá-la, por via terrestre, para Leixões, com um evidente aumento de encargos para as empresas açorianas.
As razões da greve
Esta reprogramação das ligações marítimas da Transinsular, Mutualista e Boxlines, entre o continente e os Açores deve-se à greve convocada pelo Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal para o porto de Lisboa, que deverá terminar a 12 de Maio.
O Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal convocou a greve ao trabalho suplementar e nos fins-de-semana e dias feriado nos referidos portos como forma de protesto pela falta de entendimento com os operadores para um novo contrato colectivo de trabalho.
Desde Janeiro, o sindicato e operadores estavam a negociar um acordo colectivo de trabalho, mas no início de Abril as negociações foram suspensas, apesar de existir consenso em várias matérias, segundo o Governo da República, que mediou este conflito.
Num comunicado à comunicação social, o gabinete da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, lamenta a decisão dos estivadores em avançar com a greve com forma de luta.
“Lamenta-se que tendo conseguido a conciliação em matérias determinantes neste conflito laboral não tenha sido possível alcançar, até agora, o compromisso nas matérias que se identificaram”, refere a Ministra no comunicado.
O gabinete da Ministra Ana Paula Vitorino adianta que “não foi possível obter um acordo entre as partes quanto à forma de progressão na carreira (se baseada no mérito ou efectuada de forma automática), nem sobre a organização e o planeamento da actividade portuária (se feita por trabalhadores portuários ou pelos responsáveis pela gestão portuária)”.
Fonte: Correio dos Açores