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O não-Cais de Cruzeiros
Não há como as vésperas do Entrudo para pôr à prova os humores do povo. A confirmar essa teoria está o recente anúncio do Governo Regional, ao desistir de construir o cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo, uma vontade latente, que ainda hoje não sei se alguém verdadeiramente teve. E junto a informação ao Carnaval porque, bem vistas as coisas, tudo parece não ter passado de uma brincadeira de rapazes…mas urdida por gente grande. Tal e qual como, nos próximos dias, em cima dos palcos das nossas sociedades.
Poderia aqui recordar a demorada “novela” que o projeto em causa foi arrastando, mas ninguém aguenta enredos com mais de 45 minutos, afinal, e em cada sociedade, há sempre um bar para dois dedos de conversa. Ao invés, e no que toca à baía de Angra, os avanços e recuos vão sendo tantos, que nem de sexta a terça de Entrudo se consegue analisar a trama. E nem se resolveria coisa alguma.
Para não correr o risco de repetir argumentos, face ao que outros analistas e cronistas vão fazendo. E sabendo bem que também me pronunciei quando o então Secretário Regional da Economia – hoje presidente do Governo Regional – veio à Terceira enunciar as vantagens inerentes ao turismo de cruzeiros, lembro apenas que a baía de Angra é a mesma onde, durante anos, houve um buraco que hoje é um hotel de 5 estrelas – se é que o será, mesmo -, com as diatribes que tal processo ainda origina. Daí que, a ideia bizantina, de a “entupir” com uma estrutura faraónica com dezenas de metros de extensão, mesmo sabendo que até o espaço para a entrada e a saída corria o risco de ser exíguo, nem é tão estranha.
Juntar a isso a quebra de 15% verificada nos turistas de cruzeiros que visitaram os Açores em 2013 – e mesmo se o termo “visitar” possa parecer excessivo -, e a já recorrente queixa, por exemplo dos comerciantes de Ponta Delgada, de que os mesmos turistas não gastam um chavo fora do barco, apenas nos empurra para a canção que encerra este tema quase-melancólico.
Também não vou abordar a posição da atual autarquia angrense em relação à promessa acarinhada, até porque nunca entendi bem o que queriam as anteriores. Mas tenho que elogiar a forma habilidosa como o novo edil se contorceu sobre o assunto. Apoiando-o como governante, não o assumindo como candidato, e empurrando-o com a barriga enquanto presidente de câmara. Chapeau!
Numa breve despedida – quiçá velada de algum humor – recordo as ardentes discussões de há uns 4 anos a esta parte, em que toda a gente se outorgou conhecedora e deu o seu palpite sobre a orientação, o desenho, o tamanho e a funcionalidade do desejado cais de cruzeiros. Nessa altura, um amigo meu, num blogue que infelizmente já “fechou”, pegou numa folha e “rabiscou” uma ligação tosca entre o Porto das Pipas e os Ilhéus das Cabras, consolidando virtualmente um enorme molhe que abrangeria toda a costa de Angra até ao Porto Judeu. Teve piada, e acertou tanto – ou até mais – como todos os outros…
Fonte: por Miguel de Sousa Azevedo em Azores Digital
27 de Fevereiro de 2014