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Pesca da sardinha: barcos em terra e pescadores à deriva
Desde o dia 19 de Setembro que a pesca da sardinha foi proibida pelo Governo porque foi atingida a quota ibérica para a captura da espécie: 20,52 mil toneladas. Esta decisão apanhou armadores e pescadores de surpresa e está a levar ao desespero milhares de famílias. Face aos preços baixos do carapau, cavala, biqueirão e outras espécies de pesca do cerco, os armadores decidiram não ir mais ao mar até ao final do ano. O Governo assegura que vão ser pagos subsídios, mas os homens do mar apenas reivindicam que os deixem trabalhar. Certo é que muitas embarcações já começaram a ser “desarmadas”, com a retirada das redes e dos apetrechos, que se amontoam no cais do Porto da Póvoa.
Manuel Postiga, de 59 anos, mestre do cerco há 35 anos, é proprietário da embarcação “Mar Cáspio”. O armador conta que todos foram apanhados de surpresa com a proibição: “fomos de tal forma surpreendidos que não tivemos tempo para reagir. Temos de acatar as leis, mas deviam ter-nos preparado para esta paragem com antecedência. Reduziram a quota ibérica para 20,5 mil toneladas e ninguém sabia que estávamos a chegar ao limite. Se soubéssemos, provavelmente não pescávamos nos meses de Abril e Maio, porque a sardinha nesta altura não tem a qualidade que tem agora, e pescávamos estes três meses até ao final do ano”.
Governo apoia a paragem com seis milhões de euros
O Governo vai apoiar os armadores e os pescadores afectados pela paragem com seis milhões de euros em subsídios. Compete aos armadores a apresentação das candidaturas nas direcções-regionais de Agricultura e Pescas. Conforme se trate de pescadores, mestres ou oficiais, o subsídio diário varia entre os 20 e os 27 euros, pagos através do patrão.
Manuel Postiga tem 25 homens a seu cargo e reconhece que a situação é dramática. “Não é com 500 ou 600 euros que vão sustentar a família. Ninguém quer subsídios, nem eu nem a minha tripulação. Dar dinheiro às pessoas para não trabalhar só causa miséria. Mas não há quem nos defenda na pesca”.
Fotografia e fonte: Voz da Póvoa