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Setor português da náutica de recreio pode ser valorizado

Setor português da náutica de recreio pode ser valorizado

Portugal tem as condições naturais e infraestruturais necessárias para rentabilizar a náutica de recreio, mas precisa de melhorar as competências dos operadores, desfragmentar a oferta e traçar um plano de promoção internacional, conclui um relatório da AEP.

Elaborado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), o relatório — a que a agência Lusa teve hoje acesso – é o culminar de um projeto desenvolvido ao longo do último ano e meio para “agregar agentes desportivos, económicos, institucionais e científicos em torno de uma estratégia de valorização e promoção internacional da oferta portuguesa na área da náutica de recreio”.

Segundo conclui, a “emergente oferta” em Portugal de produtos e serviços ligados ao setor da náutica de recreio “é ainda pequena e desenvolve-se sem uma estratégia conjunta e um plano de promoção internacional”.

Neste contexto, “é necessário reforçar a notoriedade de Portugal, a sustentabilidade económica e a diferenciação da oferta nacional” no setor.

“É necessário melhorar as competências de quem opera no setor, reduzir ou eliminar a fragmentação da oferta e mitigar a volatilidade da procura”, lê-se no trabalho, a apresentar durante a conferência “Portugal Náutico”, que decorre na quinta-feira, na Feira Internacional de Lisboa, no âmbito da Semana Azul.

De acordo com a AEP, o Portugal Náutico pretendeu assumir-se como um “projeto catalisador dos diferentes atores (desportivos, institucionais, empresariais e científicos) que interagem na área da náutica de recreio”, cujo mercado mundial se estima que venha a valer, no final de 2015, cerca de 60 mil milhões de euros.

Para a associação, Portugal, com os seus 2.830 quilómetros de costa atlântica, 620 quilómetros quadrados de bacias em águas interiores e 10.ª maior Zona Económica Exclusiva do mundo, “tem recursos e competências para se tornar num ‘player’ de referência desse mercado, cujo valor económico vem aumentando e, nos próximos anos, deverá crescer a uma taxa média anual da ordem dos 9%”.

Com o objetivo de rentabilizar o setor, o relatório defende ações de seleção da oferta que permitam avaliar a visibilidade e desempenho do mercado, as atividades de suporte, os benefícios económicos e sociais, o potencial para o desenvolvimento sustentado, o estatuto estratégico para o turismo e afins, o valor e o estado da envolvente e o valor e identidade histórica e cultural.

Neste sentido, aponta estratégias de valorização da oferta que passam pelo turismo de aventura (canoagem, mergulho, surf, observação de espécies animais, pesca desportiva, passeios embarcados e águas brancas), pelas embarcações de recreio (com promoção conjunta das marinas mais qualificadas) e pelos estágios desportivos (com divulgação da oferta nacional existente junto das federações estrangeiras).

Ao nível da promoção, aconselha a divulgação do “Portugal Náutico” através da presença nas redes sociais e da organização de ações de ‘marketing’ digital, de ações de comunicação direta com jornalistas e produtores de conteúdos internacionais (convidando-os a conhecer a oferta náutica portuguesa), da participação em eventos internacionais do setor e da criação de uma “rede de prescritores internacionais que se assumam como embaixadores da oferta nacional”.

“Ponto de encontro de todos os que se interessam pelo mar”, a Semana Azul é uma iniciativa do Ministério da Agricultura e do Mar e desenvolve-se em três eixos: dinâmica empresarial, reflexão estratégica e discussão política.

O objetivo é fazer de Portugal “um país de referência internacional no debate e na ação sobre o oceano”, aproveitando a “vocação marítima, a posição estratégica e a vontade de construir uma economia azul sustentável” do país.

3 de Junho de 2015

Fonte: Notícias ao Minuto

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