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Um único Oceano num planeta único
Realizaram-se em Roma as conferências EurOCEAN que são uma iniciativa científica, do European Marine Board e da Comissão Europeia que pretende refletir as oportunidades e os desafios para a investigação científica e ciência na sua relação com a sociedade e parceiros económicos e políticos. A edição deste ano foi apoiada pela Presidência Italiana da União. Participei neste evento na dupla qualidade de deputado do Parlamento Europeu e Vice-Presidente do European Marine Board.
As EurOcean2014 ficaram marcadas pela apresentação da Declaração de Roma sobre os Oceanos que reconhece a necessidade de ligar ciência, política e as pessoas evocando quatro vetores essenciais de atuação: valorização dos oceanos; a capitalização da liderança europeia no que diz respeito ao estudo e conhecimento dos mares; promoção do conhecimento dos mares e quebra das barreiras científicas ainda existentes. A Declaração é, por tudo isso, um importante marco já que indica para onde deve ser orientada a energia da comunidade científica ao mesmo tempo que apela a um investimento sério no mundo marinho. Trata-se de uma reflexão visionária para a Europa com ganhos para toda a sociedade.
Nunca é demais realçar que temos um único Oceano num planeta único e os desejáveis crescimento e economia azul não podem ser obtidos a qualquer custo, terá de se pensar nas gerações futuras, reforçando a necessidade de serem desenvolvidas estratégias para os diferentes países e mesmo para os mares, incluindo o Mediterrâneo, mas o Oceano continua a ser global, pelo que todos influenciam todos, sendo todos responsáveis pelo bem e pelo mal que se fizerem.
Na cerimónia de encerramento que contou com a presença de representantes do governo italiano, tive oportunidade de afirmar que o planeta necessita de sangue novo, que não dê apenas atenção à austeridade cega, mas que tenha em conta as necessidades sociais, incluindo o emprego. A esse propósito, enalteci o trabalho do novo Governo Italiano e do seu Primeiro-Ministro Matteo Renzi, que trouxeram sangue novo à Europa numa postura política que assenta na solidariedade social, no crescimento inclusivo e na crítica à austeridade cega.
Para os Açores, a Declaração de Roma para os Oceanos é uma autêntica oportunidade para fortalecer as linhas de investigação e de investimento no crescimento azul que têm sido seguidos nos últimos anos no arquipélago. Há uma mensagem clara para a oportunidade subjacente ao avolumar do conhecimento do domínio marinho e que pode resultar na resolução de graves problemas sociais, como é o caso do desemprego que tanto preocupa os açorianos.
No entanto, apesar das louváveis iniciativas estratégicas no mundo da ciência, como é o caso do Horizonte 2020, voltei a chamar a atenção para o facto de não ser admissível que este seja descapitalizado pelos Ministros das Finanças Europeus. Uma atitude em relação à qual o Parlamento Europeu se opôs com particular veemência. A boa governança exige ação, coerência e estabilidade e estamos num período em que se exige visão.