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Fábrica da Baleia de Porto Pim, na Horta, valoriza o património e representa um contributo diferenciador para o turismo regional

Fábrica da Baleia de Porto Pim, na Horta, valoriza o património e representa um contributo diferenciador para o turismo regional

A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo sublinhou hoje a importância da Fábrica da Baleia de Porto Pim, na Horta, que considerou ser “um bom exemplo de ação pública que alia a recuperação e a valorização do património à promoção do conhecimento e do desenvolvimento de atividades de animação e de lazer, que diferenciam e qualificam a oferta turística”.

Marta Guerreiro, que falava na inauguração das obras, reforçou que esta reabilitação, “ansiada por muitos”, representa “um imenso valor” para a ilha do Faial, projetando “ainda mais um património que carateriza a história e a cultura do Povo Açoriano”.

Os visitantes, frisou a governante, poderão ter contacto com “um dos melhores exemplares da extinta indústria baleeira açoriana, essencial para a compreensão histórica, económica e social dessa atividade e uma preciosa mais-valia para todos aqueles que aqui procuram conhecer um pouco do que foi a baleação nos Açores”.

Marta Guerreiro salientou que se diversificaram e valorizaram os conteúdos oferecidos ao visitante, por via da aquisição do espólio da empresa Reis & Martins, tendo-se também acrescentado a Sala Patrão Manuel, “que passa a estar integrada no circuito, ostentando um esqueleto de cachalote e uma exposição dedicada à biologia deste mamífero dos mares”.

“No que toca à visitação, uma nota para a exposição temporária ‘Baleeiros Açorianos’, uma retrospetiva fotográfica que partiu de trabalhos para a National Geographic com obras de 1975 de O. Loius Mazzatenta e de 2012 de Gemina Garland-Lewis, que se centra nas pessoas e na história cultural da atividade baleeira açoriana ao longo de várias décadas”, acrescentou.

A Secretária Regional destacou ainda a transformação do armazém das farinhas num pequeno auditório, ao qual foi atribuído o nome de Luís da Rocha Monteiro, “numa singela homenagem a este naturalista, que foi um dos mais promissores investigadores da sua geração e que, apesar da sua juventude e de nos ter deixado prematuramente, assumiu um lugar de destaque entre os criadores de ciência em Portugal”.

Marta Guerreiro apontou também a reabilitação dos espaços de trabalho atribuídos ao Observatório do Mar dos Açores, “instituição que tem promovido a visitação das instalações industriais, registando, em 2016, mais de 6.000 visitantes, e que o Governo dos Açores acolhe com o maior gosto”.

O projeto de reabilitação da Fábrica da Baleia do Porto Pim esteve a cargo dos arquitetos Carlos e Pedro Garcia, cuja empreitada foi adjudicada, em concurso público, à empresa Marques, num investimento de cerca de um milhão de euros.

Segundo a governante, esta obra “vem completar o investimento feito pelo Governo dos Açores em todo o complexo ambiental do Monte da Guia, que passou também pela reabilitação da Casa dos Dabney, que serve de sede ao Serviço de Ambiente do Faial e ostenta uma exposição sobre esta família, e pela instalação do Aquário do Porto Pim, na antiga Fábrica do Tufo”, duas estruturas que receberam quase sete mil visitantes no ano passado.

“Hoje, são mais de duas dezenas de espaços, geridos diretamente pela Região, através da Azorina e dos Parques Naturais de Ilha, os quais, em 2017, receberam quase 131 mil visitantes, com destaque para o Centro de Interpretação de Vulcão dos Capelinhos, aqui na ilha do Faial, que, no ano passado, foi visitado por mais de 40 mil pessoas e que já recebeu quase 270 mil visitantes desde a sua inauguração, há 10 anos”, adiantou.

A titular da pasta do Turismo considerou que “esta é mais uma prova” de que a rede regional de centros ambientais “é, claramente, uma aposta ganha”, por potenciar “novas dinâmicas locais” e gerar “oportunidades de negócio, em especial para os operadores de animação ambiental e turística”.

Na sua intervenção, Marta Guerreiro evidenciou a mudança de paradigma, onde o fim da caça à baleia deu lugar ao ‘whale watching’, “que representa um contributo diferenciador para o turismo regional e que, de ano para ano, vê crescer o número de visitantes que não regressam a casa sem antes viver a experiência de ver, fotografar e se emocionarem com estes seres do mar, aqui nos Açores”.

“Esta transição constitui, sem dúvida, um dos melhores exemplos e, simultaneamente, uma das mais belas histórias de evolução de uma atividade assente na exploração dos recursos naturais, para um modelo de desenvolvimento verdadeiramente sustentável e baseado na preservação desses recursos”, frisou a Secretária Regional.

Fonte: GaCS

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