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Descarregadas nos Açores 6.845 toneladas de atum, quatro vezes mais que em 2017

Descarregadas nos Açores 6.845 toneladas de atum, quatro vezes mais que em 2017

Entre 1 de Janeiro e 13 de Setembro foram descarregadas em portos açorianos 6.845 toneladas de atum, no valor de 11. 501 mil euros. Estes valores representam quase o quíntuplo em termos de capturas e praticamente o quadruplo em termos de rendimento da pesca em relação ao mesmo período de 2017.

De facto, o ano transacto, foram descarregadas em portos açorianos 1.694 toneladas de atum, no valor aproximado de 3.158 mil euros.
De Janeiro a 13 de Setembro foram capturadas 4.134 mil toneladas de atum bonito no valor de 5.752 mil euros; 2.228 toneladas de atum patudo, no valor de 4.555 mil euros; 471,9 mil toneladas de atum voador, no valor de 1.187 mil euros: e 855 quilos de atum rabilho, no valor de 7.800 euros.
Foi, assim, evidente que se verificou uma grande captura de atum bonito este ano no mar dos Açores, quase quatro vezes mais do que em igual período de 2017.
Foi na ilha de São Miguel que foi descarregado este ano mais atum (3.187 toneladas no valor de 5.890 mil euros. Neste ano o peso do atum no total das descargas na ilha foi de 34,09%.
Um total de 35 embarcações descarregaram atum na ilha de São Miguel, com 211 pescadores de salto e vara.
É interessante apreciar o fenómeno de capturas de atum este ano na ilha de Santa Maria, em comparação com o ano anterior. Na ilha de Gonçalo Velho foram descarregadas de Janeiro a 13 de Setembro 829 toneladas de atum no valor de 1.503 mil euros. Neste ano, a pesca do atum representou 86,18% do total de peixe descarregado no porto de Vila do Porto. Isto quando no mesmo período de 2017 o peso do atum no total de descargas havia sido de 21,66%.
A segunda ilha onde foi descarregado mais atum foi o Faial (1.480 toneladas, no valor de 2.081 mil euros).
Na ilha do Pico foram descarregadas 934,6 toneladas de atum, no valor de 1.442 mil euros. o peso do atum no total de descargas na ilha montanha foi de 75,78%.
Na ilha de São Jorge, onde está instalada a fábrica de conservas de Santa Catarina, foram capturadas 68,7 toneladas de atum no valor de 96,1 mil euros. Este ano o peso do atum foi de 55% no total das pescarias descarregadas na ilha.

 

Depois de uma quebra de 5 anos…

Ao longo dos últimos 5 anos, as capturas de atum na Zona Económica Exclusiva dos Açores (Portugal) diminuíram dramaticamente. As principais espécies na pesca são o atum patudo e o atum raiado. Ao contrário de outras pescarias atlânticas, estas espécies são capturadas à linha, uma arte de pesa tradicional que tem sido reconhecida como selectiva e sustentável. Por essas características, a pesca do atum nos Açores foi devidamente certificada e reconhecida com o estatuto de Friend of the Sea [amigo do mar] e Dolphin Safe [seguro de golfinhos].
A redução da biomassa de atum patudo e de raiado nos Açores tem sido atribuída principalmente ao esforço de pesca excessivo na costa Atlântica africana. Pesca com FAD e a tecnologia associada podem potencialmente modificar os padrões de movimento do atum tropical e/ou sujeitar os stocks à sobrepesca.
A Região está apreensiva com o contínuo aumento de taxas de exploração no futuro e a possível perda de potencial rendimento, particularmente para os atuns patudo e raiado, as espécies com maior influência na economia regional. Particularmente quando a última avaliação concluiu que o atum patudo é sobreexplorado e a medida actual não tem sido eficaz para reduzir a mortalidade de juvenis. Assim, a Região acredita que a sustentabilidade de pesca só é possível limitando o número e assegurando o controlo e monitorização desses dispositivos de concentração de atum, assim como o impacto das pescarias da frota de cerco.

Fonte: Correio dos Açores

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