Social
Governo dos Açores defende quota conjunta de atum voador e patudo

Governo dos Açores defende quota conjunta de atum voador e patudo

O Diretor Regional das Pescas afirmou hoje, em Bilbau, Espanha, que “não é admissível” que os pescadores de atum nos Açores “sejam sujeitos às mesmas regras aplicadas aos grandes cercadores”.

Luís Rodrigues frisou que os Açores têm defendido uma “discriminação positiva” para a pesca de atum por arte de salto e vara, através da “isenção de quotas”, acrescentando que a Região também tem  “reclamado a criação de corredores de passagem e um maior controlo dos sistemas derivantes de agregação de pescado”.

O Diretor Regional falava à margem da reunião da Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT), que decorre até quarta-feira naquela cidade espanhola, onde será discutida a avaliação mais recente sobre os stocks de atum e de onde sairá a recomendação sobre as possibilidades de pesca (quotas) e medidas de gestão que serão debatidas em novembro, na reunião anual.

Segundo Luís Rodrigues, as instâncias internacionais que participam na gestão das espécies de atum terão de “ser criativas e determinadas na procura de soluções para o combate à sobrepesca levada a cabo pelas frotas que praticam pesca de cerco”.

“Atendendo às grandes variações anuais na abundância dos atuns patudo e voador nas nossas águas, defendemos a criação de quotas multiespecíficas para a captura do atum, como forma de atenuar estas flutuações e minimizar o efeito da limitação de capturas para a nossa frota, devido à existência de quotas separadas para cada espécie”, afirmou.

O Diretor Regional salientou que, em 2017, a frota açoriana “fez boas pescarias de atum voador, mas não atingiu a quota de atum patudo, e este ano a situação inverteu-se”, acrescentando, por isso, que “a solução pode passar por criar uma quota conjunta para estas duas espécies”.

Luís Rodrigues adiantou ainda que “outra solução poderá passar por ceder as possibilidades de pesca do atum voador que Portugal tem no Atlântico Sul, e que correspondem a cerca de 600 toneladas, para obtermos o equivalente de atum no Atlântico Norte”.

“Portugal tem poucas embarcações a pescar no Atlântico Sul pelo que, quase sempre, a quota não é utilizada”, disse, frisando que uma das propostas que o Governo dos Açores pretende apresentar ao Governo da República é “a cedência de quota de Portugal a Estados Membros que têm frota nesses territórios, trocando-a por quota de atum no Atlântico Norte”.

Para além do Diretor Regional das Pescas, integram também a delegação dos Açores na ICCAT membros da Federação das Pescas dos Açores e da Organização de Produtores de Atum e Similares dos Açores (APASA).

Fonte: GaCS

Deixe um Comentário