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“Há um sub-aproveitamento enorme na ligação da pesca ao turismo”, defende Fausto Brito e Abreu
Nos Açores há cerca de 600 embarcações de pesca profissionais, mas ainda é muito residual o número de armadores que optam por aliar a faina a um produto turístico. A legislação já existe desde 2008 mas em 2015 foram emitidas pelo Governo Regional apenas cinco licenças para pesca-turismo, três para São Jorge e duas na ilha Terceira. Em São Miguel, a ilha com maior número de pescadores nos Açores, não existe ainda nenhuma licença de pesca-turismo atribuída embora já haja intenção de pelo menos um armador e de uma associação em avançar com um projecto que permite aos turistas vivenciarem uma experiência de pesca em alto mar.
O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu, confessa que gostaria que a pesca-turismo fosse “uma realidade muito mais presente” do que é actualmente, dando também mais algum rendimento aos pescadores para que possam colmatar as dificuldades inerentes à actividade que depende das condições atmosféricas favoráveis.
“Este património imaterial da pesca, como valor cultural e como activo económico, está sub-aproveitadíssimo para os próprios pescadores que são os donos desse património”, defende Fausto Brito e Abreu que entende que “há imenso potencial para explorar” a este nível. Apesar de já haver alguns projectos e licenças atribuídas, Fausto Brito e Abreu entende que há um “sub-aproveitamento enorme da ligação da pesca ao turismo”.
A pesca-turismo permite que uma embarcação de pesca transporte turistas que podem pescar o seu próprio peixe e levá-lo depois da experiência na faina.
O Secretário Regional do Mar dá o exemplo de vários portos de São Miguel que podem ter mais este produto turístico, “onde as pessoas andam num barco de pesca com os pescadores locais, numa embarcação diferente e depois podem comer o que acabaram de pescar”, refere Fausto Brito e Abreu que salienta que este “é um produto genuíno, não fomos inventar nada para os estrangeiros porque aquela gente pesca naqueles barcos, fala daquela maneira e come aquele peixe”.
Fausto Brito e Abreu dá o exemplo da Associação de Mulheres de Pescadores e Armadores da Ilha Terceira que já tem um projecto de pesca-turismo implementado e onde os turistas pagam uma determinada quantia para estar a bordo do barco de pesca e pode usar o resultado da pescaria. Os turistas poderão depois ir a um restaurante do porto ou indicado pelos promotores do projecto e pagar uma quantia para que seja confeccionado o peixe que pescaram. É o chamado “turismo de experiências” que é cada vez mais apreciado e que contribui financeiramente para a comunidade local que deixa de ficar tão dependente de quanto peixe pescou nesse dia pois já tem garantida a receita por ter transportado os turistas.
O Governo Regional criou o quadro legal para que a pesca-turismo seja cada vez mais uma realidade e está actualmente a tentar sensibilizar directamente as associações de pescadores para esta realidade.
No entanto, o licenciamento da pesca-turismo enquanto actividade marítimo-turística pode criar alguns entraves já que há alguma dificuldade em haver mobilidade profissional dentro das profissões ligadas ao mar e Fausto Brito e Abreu defende que, apesar da Região não ter competência nessa matéria, no futuro um pescador poderá ser marinheiro durante uma altura do ano e trabalhar para uma empresa marítimo-turística durante o resto do ano. “Um marinheiro pescador poder trabalhar numa marítimo-turística faz todo o sentido num país que quer promover essa mobilidade”, destaca o Secretário Regional que o mesmo se deve aplicar às embarcações. “Acho que o futuro é termos embarcações que são multi-usos. Uma pessoa pode ter uma embarcação que é de pesca profissional durante parte do ano e noutra parte do ano andar com turistas”, defende o Secretário Regional que entende que que a pesca-turismo pode e deve ser uma realidade mais intensa na Região.
Fonte: Correio dos Açores