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Jardim inaugura “obras já terminadas” no cais de cruzeiros contestado pelo atual líder do PSD

Jardim inaugura “obras já terminadas” no cais de cruzeiros contestado pelo atual líder do PSD

Projeto foi chumbado por Miguel Albuquerque, então presidente da Câmara do Funchal.

O presidente demissionário do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, inaugura hoje as “obras já terminadas” no novo cais do Funchal, projeto contestado pelo ex-autarca do município Miguel Albuquerque, atual líder do PSD e candidato às legislativas de domingo.

Segundo uma nota do executivo social-democrata, a inauguração realiza-se após o fim de “trabalhos de betonagem”, mas ainda decorrem intervenções, prevendo-se a conclusão da obra para o mês de junho. A Lusa tentou obter mais detalhes sobre o que está já concluído, o que não foi possível.

O novo cais acostável, com 300 metros de extensão, integra-se num conjunto de obras que o Governo Regional projetou para o litoral do Funchal na sequência dos estragos provocados pelo temporal do 20 de fevereiro de 2010, que incluiu a junção numa foz das ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia, correções na de São João e o arranjo urbanístico entre São Lázaro e o Forte de São Tiago.

Aprovado em Conselho de Governo a 20 de junho de 2013, o cais de cruzeiros resulta de uma intervenção sobre a zona de depósito de inertes criado na sequência do temporal de 20 de fevereiro de 2010, que amontoava, a leste do tradicional cais do Funchal, milhares de metros cúbicos de tudo quanto as águas das enxurradas levaram para a beira-mar.

De acordo com o Governo Regional, a obra, de 17,8 milhões de euros, vai permitir, na face exterior, o ancoramento de navios de cruzeiro (paquetes/passageiros) e, na bacia interior, a atracagem e operação das embarcações das atividades marítimo-turísticas.

Numa informação colocada anteriormente no sítio da Internet da presidência, o executivo insular esclareceu que, “face ao elevado volume de material depositado”, decidiu “não retirar dali os inertes (evitando o elevado custo e fortes perturbações da passagem de centenas de camiões através da cidade)”, mas “contê-los com recurso a um novo cais acostável por forma a salvaguardar a operacionalidade do porto e, ao mesmo tempo, valorizar urbanística e paisagisticamente o terrapleno assim constituído”.

O projeto mereceu a contestação de ambientalistas e da oposição e foi alvo de um cordão humano, de ações populares, de petições e de críticas de munícipes. Motivou uma expulsão no PSD/Madeira por “delito de opinião” (o vereador Henrique Costa Neves) e a passagem de estradas do domínio municipal para a esfera governamental de modo a garantir a prossecução da obra.

A Câmara, então liderada por Miguel Albuquerque, chumbou a solução do Governo Regional e propôs que os inertes fossem aproveitados para aumentar, em 400 metros, o comprimento do atual molhe do Porto do Funchal, preservando assim o tradicional traçado da baía funchalense.

Foto: Homem de Gouveia/Lusa

Fonte: Diário de Notícias

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