-
Procissão e Cortejo Náutico Nossa Sra da Guia na cidade da Horta - 30 de Julho, 2024
-
Fecho da quota de pesca de Atum-Patudo - 8 de Maio, 2024
-
Aviso de fecho da quota de bycatch de Atum Rabilho - 8 de Maio, 2024
-
Capturas acessórias de atum patudo - 26 de Abril, 2024
-
Restrições ao exercício da pesca dirigida ao atum-patudo - 26 de Abril, 2024
-
Fecho da quota de Atum Rabilho - 18 de Abril, 2024
-
Pescadores dos Açores estão preocupados com novas áreas marinhas protegidas e pedem revisão - 31 de Agosto, 2023
-
Semana do Mar 2023: Cortejo Náutico Nossa Senhora da Guia - 4 de Agosto, 2023
-
Fecho da quota do Espadarte - 7 de Junho, 2023
-
Fecho da pesca de Atum Patudo - 2 de Junho, 2023
Manifesto pede redução de iluminação pública nos Açores durante a campanha SOS Cagarro
Um manifesto, entregue ao Governo açoriano, apela a “um compromisso” das entidades públicas para a redução da iluminação pública durante as duas semanas da Campanha SOS Cagarro, nos Açores, alertando para o impacto das luzes naquelas aves.
“A campanha SOS Cagarro é bastante válida, mas um dos pontos que leva à queda de cagarros juvenis na via pública é a iluminação e enquanto não se resolver o problema, nomeadamente nos campos de futebol e portos de pesca, que têm iluminações muito fortes, a campanha tem um ar um bocado dúbio”, afirmou José Pedro Medeiros, da Associação Ecológica Amigos do Calhau, em declarações à Lusa.
A campanha SOS Cagarro deste ano, promovida pelo Governo dos Açores, arrancou a 15 de outubro e prolonga-se até 15 de novembro, em todas as ilhas do arquipélago, que anualmente acolhe perto de 200 mil casais desta ave marinha (75% da população mundial da espécie).
Além da Associação Amigos do Calhau, o manifesto “Em Defesa do Cagarro” é subscrito pela Associação Ecológica Amigos dos Açores e pelo CAES – Coletivo Açoriano de Ecologia Social.
O manifesto alerta para que metade das quedas de aves “tem por causa a exagerada iluminação pública de infraestruturas como portos de pesca, campos de futebol e estradas situadas junto ao litoral”, considerando que a Campanha SOS Cagarro e todo o trabalho dos voluntários “muitas vezes não passa de um logro, limitando-se na realidade a recolher as aves que previamente são obrigadas a cair em terra devido à excessiva iluminação”.
“Como consequência das quedas, muitas das aves, perto de um milhar no passado ano, ficam feridas ou morrem”, aponta ainda o manifesto, enviado no domingo, por e-mail, ao Governo Regional, ao presidente do executivo açoriano e aos diversos Parques de Ilha.
“O manifesto é uma forma de fazer alguma pressão perante as entidades governamentais para que cada vez se reduza mais a iluminação”, frisou José Pedro Medeiros, lembrando que nas Canárias, em Espanha, durante a campanha “é feito um apagão”.
Os subscritores pretendem também “a declaração do cagarro (Calonectris diomedea borealis) como Ave Regional, de especial interesse e proteção na Região Autónoma dos Açores” e a criação do “Telefone do Cagarro”, gratuito para todas as ilhas e a funcionar durante as 24 horas durante as semanas da campanha.
A construção de um Centro de Recuperação de Fauna (CRF) “nas principais ilhas, com capacidade para acolher e tratar todos os cagarros feridos”, é outra das pretensões dos signatários, que dizem que existem “situações caricatas como o transporte dum milhafre ferido da Terceira até ao Corvo, ilha onde nem sequer existem milhafres, por existirem ali umas pequenas instalações para a recuperação de aves”.
O manifesto defende ainda “a divulgação pública e a análise dos resultados da Campanha SOS Cagarro”, permitindo “detetar em todas as ilhas os pontos negros onde é registada em cada ano uma maior quantidade de quedas de aves” e “uma maior mortalidade” para “melhores estratégias” para próximas campanhas.
Fotografia: SIARAM / Paulo Henrique Silva
Fonte: Açoriano Oriental