-
A pesca pode alimentar mais 72 milhões de pessoas – se deixarmos o mar recuperar - 8 horas atrás
-
Entrevista a Jonas Carreiro, administrador da AZORFISK - 8 horas atrás
-
Dez toneladas de atum rabilho descarregadas no último fim-de-semana no porto de Ponta Delgada - 9 horas atrás
-
Entrevista ao Conselho de Administração da Lotaçor - 1 dia atrás
-
Lotaçor com nova administração - 1 dia atrás
-
Pesca comercial pode reduzir diferenciação genética nos peixes a nível mundial - 4 Fevereiro, 2021
-
Moçambique, submarinos, faróis, náufragos: breve resumo do longo currículo de Gouveia e Melo, o novo coordenador do plano de vacinação - 4 Fevereiro, 2021
-
Governo dos Açores assegura transporte de 225 toneladas de bens e combustíveis à ilha do Corvo - 4 Fevereiro, 2021
-
Nova presidente da Lotaçor defende privatização da Santa Catarina - 3 Fevereiro, 2021
-
Catarina de Lacerda Martins, Presidente do Conselho de Administração da Lotaçor, auscultada durante a Comissão de Economia - 3 Fevereiro, 2021
Pepinos do mar já podem ser produzidos em aquacultura
Têm três meses os primeiros juvenis criados em cativeiro pela equipa do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) – Universidade do Algarve. O ciclo completo de reprodução desta espécie está encerrado com êxito e abre novas perspectivas na gestão deste recurso.
Os resultados agora conseguidos pela equipa de investigadores do CCMAR são fruto de um projecto que iniciou em 2012. O CUMFISH tem como objectivo avaliar o impacto da captura de holotúrias, centrando-se mais nas três que ocorrem com maior frequência em Portugal: a Holothuria arguinensis, H. mammatae Parastichopus regalis..
Mercedes Wanguemert, investigadora do Centro, e responsável pelo projecto, explica que em simultâneo com a avaliação das capturas ele pretende estudar a multiplicação em cativeiro da espécie Holothuria arguinensis e a reprodução da Holothuria mammata, algo que foi agora conseguido com sucesso nas instalações do CCMAR, como parte da tese de Doutoramento do estudante Jorge Dominguez.
Ambas as espécies apresentam um alto valor comercial, especialmente a H. arguinensis, a qual está a ser exportada para para vários países por valores superiores a 150 Euros/kg de peso seco.
A procura comercial crescente dos pepinos do mar para exportação, principalmente pelos países orientais, associada à sua sobre-exploração e à gestão inadequada das capturas, tem levado à redução drástica das suas populações, nomeadamente em países banhados pelos Oceanos Índico e Pacífico.
Os atributos singulares do ciclo de vida das holotúrias tornam estas espécies particularmente vulneráveis à sobre-exploração, pois apresentam um recrutamento baixo ou infrequente, e a sua longevidade e sucesso reprodutivo dependem diretamente da densidade populacional.
Como resultado desta situação, a captura de novas espécies de holotúrias no Mar Mediterrâneo e Oceano Atlântico Nordeste encontra-se agora em desenvolvimento, sendo já muito importante nas costas da Turquia e Nordeste da Espanha.
A aquacultura da espécie Holothuria arguinensis desenvolvida no CCMAR, pode ser a solução para evitar a sobre-exploração dos recursos, e também, conclui a investigadora: “de acordo com as nossas experiências, pode ser uma boa espécie candidata para minimizar os impactos no sedimento das jaulas de cultivos de peixes off-shore (policultivos), as quais estão a ser incrementadas no Algarve nos últimos tempos”.
Fotografia: Naturlink
Fonte: Ciência Hoje