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Pescadores de Setúbal querem manter quota da sardinha e desvalorizam aumento do carapau

Pescadores de Setúbal querem manter quota da sardinha e desvalorizam aumento do carapau

A Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines (SESIBAL), defendeu hoje que o país não precisava do aumento da quota de pesca do carapau, anunciado pela ministra da Agricultura e Pescas, mas de manter as capturas de sardinha.

“A quota de captura do carapau que temos é mais do que suficiente, o problema é o escoamento do pescado”, disse à Lusa Ricardo Santos, da SESIBAL, que considerou desnecessário o aumento da quota anunciado na semana passada por Assunção Cristas, em Bruxelas.

“Por outro lado, não conseguimos compreender como é que Portugal está a importar 16 milhões de euros de carapau, como também disse a senhora ministra, quando nós [SESIBAL] há muito tempo que estamos a dar toneladas de carapau fresco a diversas instituições de solidariedade social, como a Casa do Gaiato e o Banco Alimentar, por ausência de compradores”, acrescentou Ricardo Santos.

O dirigente da SESIBAL disse ainda que “uma política de pescas que tivesse incentivos adequados permitiria que o país fosse exportador [em vez de importador] de pescado fresco”.

No passado dia 16 de dezembro, após a reunião do Conselho de Pescas, em que a União Europeia fechou o acordo sobre as capturas para 2015 e repartição de quotas pelos Estados-membros, a ministra Assunção Cristas afirmou-se e satisfeita com o desfecho das negociações sobre as possibilidades de pesca para 2015, afirmando que o aumento de 18% das quotas representava “o melhor resultado de sempre” para Portugal.

Na ocasião, a ministra salientou também o “aumento relevante do carapau”, de 67%, que, segundo disse, permitirá que o país deixe de importar cerca de 16 milhões de euros daquele tipo de pescado.

Mas se para a SESIBAL o referido aumento da quota de carapau era desnecessário, já a manutenção da quota de pesca da sardinha (20.000 toneladas) é fundamental para o setor, sob pena de encerramento de muitas empresas, que “não vão conseguir manter-se em atividade”.

“Temos indicações de que as negociações sobre a quota de sardinha – que ainda não estarão fechadas – se encaminham para uma redução da quota portuguesa para 14.000 toneladas, mas precisamos no mínimo das 20.000 toneladas para a safra de 2015”, disse Ricardo Santos.

“Há cinco anos Portugal pescava 40.000 toneladas de sardinha. Já não temos mais nada para ceder”, disse, acrescentando que a eventual redução da quota de pesca da sardinha poderá ter como resultado o “despedimento de muitos trabalhadores e o encerramento de diversas empresas de pesca”.

Fonte: Diário Digital com Lusa

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