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Rabo de Peixe // “Pescadores avisaram que isto ia acontecer…”
“…E isto é só a primeira vez, um aviso para o que vem aí neste Inverno”, dizem os pescadores de Rabo de Peixe, acerca do que aconteceu esta semana no porto daquela vila. “Nada que já não fosse previsto, porque governo e técnicos foram avisados, mas não quiseram ouvir por razões economicistas”, afirma ao nosso jornal o rabopeixense e dirigente do Sindicato dos Pescadores, Luís Carlos Brum. As fotos são do nosso repórter fotográfico Pedro Monteiro.
Tudo aconteceu na passada terça-feira com uma forte ondulação na costa norte.
O mar galgou todo o molhe do novíssimo porto de Rabo de Peixe e destruiu 8 embarcações de pesca que se encontravam no terrapleno contíguo.
“Nada que não fosse previsível”, dizem os pescadores, alguns visivelmente transtornados com a situação, porque “todos foram avisados de que isto um dia ia acontecer”.
O “isto” era um espectáculo dramático que era habitual no porto antigo, mas que não seria suposto manter-se com o investimento de 16 milhões de euros aplicados no novo porto.
Os especialistas diziam que agora é que é, aquilo seria um porto seguríssimo…
O próprio Secretário Regional do Mar, que visitou esta semana o local, considerou que o porto de Rabo de Peixe “é seguro, é um dos melhores portos da Europa” e ainda afirmou que os comentários contra eram “um disparate”.
“Pois, uma coisa são as declarações do Sr. Secretário, outra coisa é a realidade”, afirma ao nosso jornal Luis Carlos Brum, rabopeixense e dirigente do Sindicato Livre dos Pescadores.
O representante dos pescadores não tem dúvidas de que o porto de Rabo de Peixe “não é seguro e se dúvidas houvesse, aqui está a prova”, apontando para os estragos.
Luis Carlos Brum faz-nos uma explicação pormenorizada de todo o processo de construção do novo porto, das obras polémicas, dos avisos dos pescadores e “das orelhas moucas” dos responsáveis pela obra.
“Tudo isto foi previsto e foi debatido na Assembleia de Freguesia de Rabo de Peixe, rodeado de alguma polémica, mas por uma questão de economicismo do governo regional, não fizeram o que tinham a fazer”, esclarece o dirigente sindical à nossa reportagem.
E o que devia ser feito é simples – prossegue – a construção de um contra-molhe mais recuado que apanhasse o baixio que existe naquela zona.
Luís Carlos recorda que, quem conhece bem este porto, sabe que o mar sempre bateu forte naquela zona, acabando por provocar danos.
“Os pescadores são o empirismo da questão”, adianta Luís Carlos Brum, para a seguir afirmar que “eles sabem disto melhor do que ninguém, porque estão aqui todos os dias, há vários anos, a operar com os seus barcos”.
O responsável pelo Sindicato dos Pescadores garante que nem todos os pescadores foram ouvidos, “porque se fossem, governo e técnicos teriam feito de outra maneira”.
E ressalva: “Atenção, que o porto tem aspectos positivos e trouxe melhores condições para os pescadores, mas a questão do contra-molhe e a entrada do porto foi uma teimosia por razões meramente economicistas; agora está à vista; isto foi um aviso, uma espécie de SOS para o resto do Inverno”.
O rabopeixense não se conforma e assume que não quiseram ouvir as vozes dos pescadores, pois “o governo fez o que quis e agora as consequências estão à vista”.
Quanto à responsabilidade dos danos, Luís Carlos diz que vão ser elaborados os respectivos processos para as seguradoras e depois veremos, “mas não tenham dúvidas, alguém terá que se responsabilizar por tudo isto”…