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Sem gestão equilibrada dos Oceanos “estaremos perdidos”
Investigadores e especialistas da União Europeia e dos EUA, estiveram recentemente reunidos nos Açores para abordar duas questões na gestão dos oceanos: quais os próximos passos a tomar pelas nações transatlânticas numa perspectiva Portugal-EUA, e identificar as prioridades ao nível do desenvolvimento sustentável que devem constituir a contribuição portuguesa.
A iniciativa, promovida pela Fundação Luso-Americana (FLAD), em colaboração com a Direcção Regional dos Assuntos do Mar e com o ISPA – Instituto Universitário, definiu um plano de acção focado na sustentabilidade das actividades marítimas.“Portugal está hoje sob grande tensão económica e tanto construir uma nova economia dos oceanos como definir um planeamento estratégico permitirá emprego”, afirma Charles Buchanan ao Ciência Hoje.Segundo o administrador da FLAD, parte do desafio para as nações dos oceanos é concertar todos os esforços para se focarem em questões críticas: “como, por exemplo, planear estrategicamente utilizando metodologias comuns como a Marine Spacial Planning ou Áreas Marinhas Protegidas; medir as mudanças nos ecossistemas oceânicos e determinar as causas; alcançar um consenso em relação aos indicadores que medem essas mudanças; utilizar um conjunto de indicadores comuns para fazer recomendações junto dos decisores políticos de topo; e finalmente, educar as pessoas a desempenhar um papel de interesse nestas matérias”, diz o responsável.A sustentabilidade dos oceanos é fundamental para o desenvolvimento sustentável. “Se não alcançarmos uma gestão equilibrada dos oceanos, uma gestão baseada nos ecossistemas, evitar práticas destrutivas do solo oceânico e conseguir obter um comportamento voluntário de boas práticas pelos pescadores e embarcações e respeito pelos habitats costeiros, estaremos totalmente perdidos e o planeta perderá os seus recursos marítimos”, alerta.Para reforçar a cooperação transatlântica, o responsável afirma que “os Açores podem ser um líder global nesse processo pois têm recursos muito valiosos e capacidades de investigação”.
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Limites de utilização
Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar, avança que nos próximos passos a tomar para reforçar o posicionamento geoestratégico de Portugal e dos Açores é essencial que todos expressem os seus pontos de vista técnicos e estratégicos para que se possa implementar um conjunto de regras “tão consensuais quanto possível”. “O estabelecimento do Parque Marinho dos Açores, que define quais são as áreas mais sensíveis e que limites de utilização lhes estão associadas, é já um passo muito significativo e demonstrativo desse futuro”, afirma.Não se pode explorar um determinado recurso biológico até à exaustão apenas porque dará algum emprego temporário e recursos económicos. “Essa hipótese já foi colocada nos Açores em relação à pescaria de profundidade do peixe-relógio com redes de arrasto. Como não era sustentável, optou-se por não o fazer”, exemplifica o responsável.Assim, nesta reunião “ficou decidido que os técnicos e cientistas que fazem parte deste grupo se disponibilizarão para acompanhar a elaboração do Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores”, garante Frederico Cardigos.Conhecer os ecossistemasDe acordo com Emanuel Gonçalves, professor do ISPA-IU, vamos assistir nas próximas décadas à ocupação do espaço marítimo por um conjunto de novas actividades bem como a “alterações profundas” nas actividades tradicionais (pescas e transportes marítimos).
O responsável refere que o oceano continua ainda hoje “largamente desconhecido” e interessa “avançar rapidamente no conhecimento dos ecossistemas marinhos” para que se possa “gerir melhor” as actividades crescentes para os usos do mar. “O oceano profundo é um bom exemplo desse desconhecimento mas existem hoje grandes interesses económicos que começam a olhar para a vastidão do oceano como um recurso a explorar nos domínios dos minerais, hidrocarbonetos, biotecnologia, energia das ondas, correntes e marés, extracção de inertes, etc.”, exemplifica.
A “implementação da directiva quadro estratégia marinha e a extensão da Rede Natura 2000 ao meio marinho, em conjunto com um correcto planeamento e ordenamento espacial das actividades, são processos chave” para alcançar o desenvolvimento sustentável, conclui Emanuel Gonçalves.
Fonte: Ciência Hoje