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Biotecnologia marinha // Um mercado potencial de cinco mil milhões de euros
O mercado da biotecnologia global deverá valer cerca de 5 mil milhões de euros, segundo estimativa apresentada por Tiago Pitta e Cunha, da Ocean Vision. A procura está a empurrar o desenvolvimento da indústria, nomeadamente a procura de alimento e suplementos alimentares, biocombustíveis, medicina, para os quais é necessário encontrar novos recursos. A quantidade de bens manufacturados com componentes de biotecnologia prevê-se chegar aos 50%. Para Miguel Marques, da PricewaterhouseCoopers, o sector com maior potencial neste momento é o das rações e produtos alimentares.
No caso dos subprodutos da indústria do salmão, um caso de sucesso da indústria dos bio recursos é a a indústria dos resíduos da produção de salmão, utilizados a 100% de maneira economicamente viável. Este foi num caso de sucesso pois existe logística apropriada desde a captura e desembarque até ao processamento, mas foi necessário financiar investigação.
Outro exemplo de sucesso, desta vez na França, foi da utilização dos subprodutos da produção de frango, das quais a IDMer tem grande experiência. A existência de subprodutos é uma grande oportunidade de criar valor para a produção. Em Portugal, a Docapesca está neste momento a apostar em subprodutos da exploração do bacalhau.
Claudia Baule, do Ministério de Ciência e Tecnologia de Moçambique, expressou o interesse de Moçambique de aprender com a experiência dos países que já são líderes na indústria dos bio recursos.
Para as empresas portuguesas, a convenção do Biomarine valeu a pena para conhecer os «300 CEOs vindos de todo o Mundo para apresentar as suas empresas, falar do presente e discutir o futuro» num sector que está «em franca expensão», refere Henrique Ramos da SeaExpertAzores, mas também para adquirir conhecimento. Também Rui Nunes, da Soja de Portugal, refere que «consideramos que foi uma experiência muito positiva, e os contactos que estamos a desenvolver assim o comprovam».
O Biomarine permitiu ainda o acesso a um vasto número de organizações de topo a nível mundial na área da biotecnologia e dos recursos marinhos com um perfil inovador e competências tecnológicas elevadas. A organização proporcionou a possibilidade de contactar previamente com as empresas que participaram na plataforma online, ou através da promoção de reuniões de um para um.
O Biomarine «serviu perfeitamente para os propósitos a que se comprometeu e Portugal foi inteligente na acção estratégica de ser anfitrião desta edição da Biomarine», de maneira a «colocar Portugal entre o grupo que lidera a evolução da economia do mar». A Soja de Portugal considera que «para o desenvolvimento da economia do mar a nível nacional é necessário que desenvolvamos parcerias estratégicas com organismos que possuam competências complementares às nossas».
«Vivendo nos Açores ainda mais relevante se torna [o networking] pois os agentes e o mercado local são limitantes nas possibilidades de expansão», explica Henrique Ramos.
A SeaExpertAzores «concretizou uma parceria que dará que falar nos próximos anos nos Açores», explica Henrique Ramos, enquanto a Soja de Portugal conseguiu desenvolver contactos das empresas e institutos mais relevantes para a organização «com os quais já estamos a desenvolver contactos no sentido de estudar a possibilidade de parcerias».
A BioMarine Business Convention reuniu cerca de 300 empresas e mais de 30 países para debater a «economia azul». É a única plataforma internacional dedicada ao sector das indústrias dos bio recursos marinhos, uma indústria que junta empresas de alimentação e nutrição, saúde e farmacêutica, cosmética, ambiente e tecnologias limpas, entre outras. Não só promove a partilha de conhecimento entre os profissionais da indústria, mas promove a criação de parcerias entre as empresas do sector.
A quinta edição daBioMarine Business Convention decorreu no Estoril nos dias 30 e 31 de Outubro. O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o Príncipe Alberto II do Mónaco procedem à abertura oficial da BioMarineno dia 29 de Outubro no Palácio da Cidadela de Cascais, na qual estiveram ainda presentes a Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, o Ministro das Pescas do Reino da Arábia Saudita, Jaber M. Al Sheri e a Ministra do Comércio, Indústria e Pesca da Noruega, DilekAyhan. A BioMarineteve os patrocínios do Presidente da República Portuguesa e do Príncipe Alberto II do Mónaco.
Na recepção aos participantes, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, declarou que a biotecnologia marinha não é só uma das prioridades da União Europeia, como também é para Portugal, um país com imensos recursos e disposto a cooperar para concretizar a indústria da biotecnologia marinha.
Há vontade política para levar a cabo a indústria dos bio recursos marinhos em Portugal, já que o evento contou com o patrocínio do Presidente da República portuguesa, a Ministra da Agricultura e do Mar e o Secretário de Estado do Mar.
Para Manuel Pinto de Abreu, a Biomarine é um evento para empresas chave para lançar a indústria da biotecnologia em Portugal, através da criação de parcerias e de uma visão. Portugal quer ser o líder europeu da indústria dos bio recursos, e criar valor a partir dos oceanos. Fausto Brito e Abreu, Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores, indicou que o desenvolvimento da economia azul será a base do desenvolvimento económico futuro e uma solução para a crise presente.
O Príncipe do Mónaco, Alberto II, referiu que governar a economia azul e a exploração dos bio recursos de forma sustentável aumenta a complexidade das relações internacional. Para a Noruega, e a sua ministra do Comércio, Indústria e Pesca da Noruega, Dilek Ayhan, a existência de uma regulamentação estável e previsível, investimento em investigação e desenvolvimento, parcerias público-privadas e cooperação internacional possibilitaram o país de ser o principal produtor do salmão, receita que o país irá replicar para o sector dos bio-recursos marinhos. Também Veronica McGuire, do governo Canadiense, referiu que a previsibilidade e legislação clara são factores chave para a criação de uma indústria de bio-recursos.
Fonte: Jornal da Economia do Mar