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Catarina de Lacerda Martins,  Presidente do Conselho de Administração da Lotaçor, auscultada durante a Comissão de Economia

Catarina de Lacerda Martins, Presidente do Conselho de Administração da Lotaçor, auscultada durante a Comissão de Economia

Catarina de Lacerda Martins, indigitada como Presidente para o Conselho de Administração da Lotaçor ‐ Serviço de Lotas dos Açores, S.A. foi ontem auscultada durante a Comissão de Economia no que concerne os planos e estratégias a implementar na empresa no futuro.

Catarina Martins frisa o “histórico muito profundo” que a Lotaçor possui em toda a fileira do pescado, sendo constituída por cerca de 200 trabalhadores e estando representada em todas as ilhas com infraestruturas e equipamentos.

De acordo com Catarina Martins, “o maior ativo que a empresa tem é imaterial, é a experiência, o conhecimento profundo dos hábitos, cultura e necessidades não só da classe piscatória, como da comercialização e da transformação, porque temos um contacto diário com todos os parceiros da fileira. A lotaçor tem um papel central, transversal a toda a fileira, porque é nas lotas que todos se encontram diariamente. Queremos incrementar ainda mais este papel de sermos o pólo de ligação entre todos os intervenientes de toda a fileira do pescado. Queremos obviamente defender o rendimento do pescador e só é possível se for uma defesa de toda a fileira do pescado”, afirmou.

A nova presidente confirmou que o novo conselho de administração será composto por Simão Neves, nomeado executivo, e por Nuno Rodrigues, enquanto vogal não executivo. “Eu trago a visão enquanto gestora da casa, o Doutor Simão traz mais a parte da visão estratégica e o Doutor Nuno traz a parte do planeamento e estratégia do setor público regional”.  

Em sessão de debate, Carlos Furtado, do Chega, questionou Catarina Martins relativamente à falta de rendimento da classe piscatória e ao “insucesso por parte dos profissionais, aqueles que, no fundo, são o primeiro elo da atividade piscatória”. Catarina Martins afirmou que a questão do rendimento “vejo mais como uma questão que tem a ver com a cultura organizacional da classe e que julgo que é uma questão de parcerias, mas que também muito passará pela federação regional das pescas”.

O socialista José Ávila interveio também, afirmando que não concorda que este setor seja conhecido como “o parente pobre da economia dos Açores”, embora assuma que existam comunidades piscatórias com dificuldades, ressalvando a questão levantada pelo deputado Carlos Furtado sobre a distribuição de rendimentos que se configura num problema “que nós todos temos de combater”.

José Ávila considera ainda que a Lotaçor presta um “importante serviço no que concerne a distribuição comercial, sabemos que paga a pronto aos pescadores, mesmo antes de receber dos comerciantes e é intermediária de vários serviços que habitualmente estão destinados à banca. Esta crise pandémica levou à quebra de rendimentos, nós se compararmos 2020 com 2019 há uma redução de 5 milhões de euros e portanto isto significa que houve uma diminuição grave no rendimento dos pescadores”.

Catarina Martins, em resposta, afirmou que no que toca à suspensão de receitas tal não é competência da administração da Lotaçor, mas sim da área governamental setorial. A nova presidente relembrou que de momento mantêm-se suspensas as taxas até 31 de março, uma extensão do atual governo das medidas implementadas pelo anterior executivo.

Paulo Estêvão, do PPM, pediu esclarecimentos quanto aos principais desafios que a Lotaçor enfrenta com a atual conjuntura, ao que Catarina Martins adiantou que a nível de relação com o Governo Regional “há uma série de contratos que vamos continuar a afirmar, temos um plano de investimentos plurianual que terá de ser negociado para o mandato de 2021-2023″. 

A presidente indigitada referiu ainda da requalificação geral dos entrepostos frigoríficos da Lotaçor que está a decorrer na Vila do Porto, na Horta, na Madalena e nas Lajes das Flores. Também a formação profissional dos trabalhadores se configura como um desafio para a empresa, na área da conservação e manutenção do pescado, alertando que a Escola do Mar será fundamental nesta matéria.

Fonte: NO

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