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Entender os golfinhos para comunicar com extraterrestres?

Entender os golfinhos para comunicar com extraterrestres?

Os sons dos golfinhos podem não ser considerados como linguagem, mas a frequência com que emitem certos sinais é equivalente à linguagem humana. Será que os extraterrestres usam o mesmo padrão?

Embora com duas dimensões completamente diferentes, compreender a linguagem dos golfinhos e descobrir se existem extraterrestres são dois desafios aos quais a humanidade se tem dedicado. O que talvez não saiba é que estes dois temas podem estar de certa forma relacionados.

Em 1961, quando o homem estava determinado a encontrar vida extraterrestre com a qual pudesse comunicar, surgiu a Ordem do Golfinho, numa conferência da Academia Nacional das Ciências, nos Estados Unidos. Neste grupo estavam incluídos três prémios Nobel, o ainda jovem Carl Sagan e John Lilly, refere o blogue Nautilus.

Foi o trabalho de John Lilly na comunicação entre espécies, nomeadamente dos golfinhos, que deu nome à ordem. No fundo, o grupo tinha esperança que se alguma vez conseguíssemos comunicar com golfinhos talvez tivéssemos capacidade de comunicar com extraterrestres. Note-se que este grupo estava ligado ao instituto SETI, que busca inteligência extraterrestre – uma organização sem fins lucrativos que conta, por exemplo, com o apoio da NASA (agência espacial norte-americana).

Uma das grandes questões da comunicação dos golfinhos é definir se os sons que emitem podem ser classificados de linguagem, com a mesma interpretação com que dizemos que a linguagem humana o é. Os assobios dos golfinhos carecem de algumas características linguísticas inerentes à linguagem humana, como ser influenciado pela cultura, poder referir-se a conceitos abstratos ou criar novas palavras. Ainda assim, os golfinhos têm a capacidade comunicar sobre diferentes aspetos do ambiente que os envolve. Mais, os golfinhos podem mesmo usar a linguagem para promover a cooperação entre indivíduos para resolver problemas, como noticia a revista New Scientist.

A linguagem humana, independentemente da língua, apresenta um padrão comum, segundo a lei de Zipf. E tem tudo a ver com a quantidade de vezes que determinadas palavras são usadas. A palavra mais frequente aparece duas vezes mais do que a segunda palavra mais frequente e três vezes mais do que a terceira palavra mais frequente, e por aí em diante.

Os guinchos e assobios dos golfinhos apresentam um padrão que é compatível com a lei de Zipf. Embora não seja suficiente para dizer que os sons dos golfinhos são linguagem, abrem uma porta para procurar este mesmo padrão nos sons e sinais que nos chegou do espaço. Assim, os investigadores do SETI pretendem usá-lo como uma espécie de filtro para os “ruídos espaciais”e diminuir o risco de descartar o primeiro “olá” interestelar.

Fonte: Observador

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