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EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS NOS AÇORES VAI TER ESTUDO DE IMPACTO EUROPEU

EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS NOS AÇORES VAI TER ESTUDO DE IMPACTO EUROPEU

O Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores é um dos parceiros internacionais no projecto MIDAS – Gestão dos Impactos de Exploração dos Recursos de Alto mar, agora aprovado pela União Europeia, no valor de 10 milhões de euros.

No quadro deste “grande projecto europeu”, liderado pelo Instituto Oceanográfico de Southampton, em Inglaterra, o Departamento de Oceanografia e Pescas “vai ter um papel relevante” não só por algumas acções decorrerem no mar dos Açores como também pelo facto de o DOP coordenar o pacote de trabalho relacionado com os impactos da exploração de minérios no fundo do mar nas espécies e conectividade com os ecossistemas.

O projecto, que vai decorrer entre 2014 e 2016, está enquadrado no sétimo programa quadro da Direcção Geral de Investigação da União Europeia.

O investigar açoriano e pró-Reitor da Universidade dos Açores, Ricardo Serrão Santos, aceita a relação que se possa fazer entre este projecto e uma futura exploração de minérios no mar dos Açores pela empresa ‘NAUTILUS’.

Como explicou ao ‘Correio dos Açores’, este projecto enquadra-se, especificamente, na avaliação e mitigação dos impactos ambientais de uma futura exploração mineral no mar profundo e resulta das preocupações da União Europeia em relação à sustentabilidade dos ecossistemas num espaço onde ocorra uma exploração mineral.

Uma espécie de estudo de impacto ambiental

A probabilidade de exploração de minérios do fundo do mar é um processo que está em curso, não só em relação ao mar dos Açores, como em diversas partes do mundo. A União Europeia, no entender de Ricardo Serrão Santos, “está, de facto, a procurar contribuir para a mitigação dos efeitos, a sustentabilidade dos recursos biológicos e a promoção do conhecimento dos efeitos destas actividades de exploração mineral do mar profundo”.

Nesta perspectiva, o projecto em que o DOP está envolvido é uma espécie de estudo de impacto ambiental sobre as actividades de exploração de minérios no fundo do mar. Sendo assim, “obviamente, é de muito interesse para as questões relacionadas com a futura prospecção de minerais na Região dos Açores. Entendo que é um contributo interessante neste domínio”, acentua o investigador açoriano.

Quando questionado sobre se está preocupado com uma futura exploração de minérios no mar dos Açores, Ricardo Serrão Santos deixa claro que “não pode haver exploração de minérios sem haver, de facto, trabalhos prévios. E, aliás, o que está em curso nos Açores” – explica – “não é uma concessão de exploração. É uma concessão de prospecção que é uma fase que vai ser feita de avaliação os impactos para o ecossistema. São cinco anos prévios a qualquer concessão de exploração propriamente dita”.
“Vamos estar na fase de prospecção nos Açores, aliás, como se está em todo o lado, excepto, eventualmente, na Papúa, Nova Guiné, onde já avançaram com estudos preliminares…”, explicou.

Infraestruturas de observatório do mar profundo

Entretanto, está em fase de arranque um projecto, igualmente financiado pela União Europeia, com vários parceiros europeus, entre os quais o DOP, que tem por objectivo o desenvolvimento de infraestruturas de observatório de mar profundo e testar os observatórios que estão em curso. É um novo projecto que se vai iniciar ainda este ano e já negociada toda a componente científica e financiamento com a União Europeia. A negociação terminou em Maio.
Estas infraestruturas estão vocacionadas para observações oceânicas de todos os parâmetros físicos e alguns parâmetros biológicos da superfície e fundo dos oceanos.
Já estão instalados nos Açores alguns observatórios como o MOMAR que tem instrumentação instalada no fundo do mar. Estes observatórios permitem avaliações das espécies e do meio marinho nos mares da Região.

Fonte: Correio dos Açores

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