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Fundos dos oceanos são a mina do século XX
O interesse pelas riquezas que encerra o fundo do mar está a intensificar-se a nível mundial. Além da existência de metais preciosos como ouro, prata, zinco ou cobre, junto de muitas fontes hidrotermais de profundidade, cientistas da universidade de Tóquio encontraram uma elevada concentração de metais de terras raras, actualmente utilizados para fabricar equipamentos electrónicos, no fundo de várias zonas do oceano Pacífico. Recorde-se que os Açores foram já várias vezes apontados como um local de excelência para a exploração dos fundos marinhos. Em Novembro do ano passado, o presidente do Governo regional, Carlos César, anunciou querer colocar sob gestão açoriana os fundos marinhos e limitar o acesso aos recursos minerais do mar da região autónoma.
Em causa estão, segundo um artigo publicado pelo jornal britânico “nature Geoscience”, os chamados metais de terras raras, cuja exportação é atualmente detida pela China em 97 por cento. Se for demonstrado que a extracção em fundo marinho é economicamente viável, o monopólio pode ser quebrado. Entre os metais de terras raras encontram-se o ítrio, o lantânio, o cério e o neodímio. O preço destes elementos escalou perto de 700 por cento na última década. Estes elementos são usados para o fabrico de baterias para carros híbridos, cabos de fibra óptica, painéis solares, turbinas eólicas, telemóveis e computadores, entre outras coisas. Segundo a informação que foi veiculada após a descoberta, os geólogos acreditam que só o Pacífico pode encerrar 100 mil milhões de toneladas de terras raras. “Os depósitos têm uma grande concentração de terras raras. Apenas um quilómetro quadrado de depósitos poderá fornecer um quinto do consumo anual global”, afirmou Yasuhiro Kato, o cientista da universidade de Tóquio que liderou a equipa de investigadores. Estes metais foram identificados a profundidades de 3500 a 6000 metros. Até agora, estimava-se que as reservas de metais de terras raras se ficassem pelos 110 milhões de toneladas, em depósitos detidos pela China, estados unidos, Rússia e outros países do leste da Europa.
Fontes hidrotermais
Um artigo na publicação “new Scientist” elege as fontes hidrotermais, (também presentes no mar dos açores), como a próxima fronteira da actividade mineira. As primeiras operações com vista a recolher metais preciosos a partir de algumas destas zonas devem começar na Papua nova Guiné em 2013. A companhia que vai desenvolver os trabalhos chama-se “nautilus Minerals” e está sediada no Canadá. Segundo o artigo, uma das principais preocupações que têm sido levantadas prende-se com os impactos ambientais deste tipo de exploração, até porque, para além de metais preciosos, as fontes hidrotermais acolhem ecossistemas únicos. Se bem que atualmente não se espere uma verdadeira corrida às fontes hidrotermais, a escalada do preço do ouro e do cobre pode torná-la uma realidade a médio prazo. O mesmo acontecerá se metais de terras raras forem encontrados em grandes quantidades (como parece estar demonstrado pela universidade de Tóquio).O artigo da “new Scien-tist” defende que agora é a altura para “colocar no terreno os quadros legais que evitem que qualquer corrida aos minerais provoque os efeitos destrutivos da corrida ao ouro na Califórnia, no século XiX”.