O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia anunciou hoje, na Madalena, que o Governo dos Açores vai avançar este ano com a obra de construção de seis casas de aprestos e de um posto de recolha no Núcleo de Pescas de São Roque, salientando que esta é “uma reivindicação antiga dos pescadores do Pico”.
Gui Menezes, que falava à margem de uma reunião com a Associação de Armadores de Pesca Artesanal do Pico, adiantou ainda que, por sugestão dos armadores desta ilha, o projeto da obra do Núcleo de Pescas da Madalena “está a ser reformulado”, acrescentando que este é um dos investimentos que será realizado no âmbito do Programa Operacional Mar 2020.
O Secretário Regional, que considerou “muito útil” este encontro com os armadores picoenses, defendeu a importância de “vir ao terreno, ver a realidade das situações e recolher sugestões e necessidades” do setor.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de um mau ano na pesca de atum, Gui Menezes afirmou que, “para os atuneiros que estão a pescar na Madeira, a safra não tem corrido tão mal”, sendo que este ano foram já capturadas 1.450 toneladas de patudo, enquanto em 2016, no mesmo período, tinham sido capturadas apenas 658 toneladas.
Gui Menezes afirmou ter “esperanças que o atum ocorra” nas águas dos Açores, indicando que esta quinta-feira foram capturadas cerca de sete toneladas, “o que poderá ser um bom sinal”.
O titular da pasta das Pescas referiu ainda que a falta de atum estará relacionada com “questões ambientais e com a sobrepesca em zonas tropicais, bem como com a utilização de dispositivos agregadores de peixe (FAD) em grande quantidade”.
“As espécies de atum são geridas internacionalmente e é preciso muita negociação”, afirmou, frisando que a Comissão Internacional para a Conservação de Atuns do Atlântico (ICCAT) criou um grupo de trabalho para estudar o efeito dos FAD, mas este estudo “ainda irá demorar algum tempo”.
O Secretário Regional assegurou que “o Governo dos Açores tem alertado o Governo da República para a importância de defender em todas as instâncias em que participa as posições dos Açores e da Madeira”.
“O número de FAD tem de ser diminuído e temos de estudar o seu efeito nas populações de tunídeos”, salientou Gui Menezes, acrescentando que a pesca de atum nos Açores, através do salto e vara, “é mais sustentável e amiga do ambiente”.
Neste encontro com a Associação de Armadores de Pesca Artesanal do Pico, o Secretário Regional frisou ainda que está a ser preparado, em parceria com a Universidade dos Açores, um programa de monitorização dos recursos costeiros, como é caso das lapas, um recurso muito importante para esta ilha.
Gui Menezes referiu ainda que estão a ser avaliadas as candidaturas dos pescadores da Madalena que foram afetados pela intempérie de 27 de fevereiro para serem apoiados pelo Executivo açoriano, no âmbito de um regime de apoio excecional aprovado no Conselho de Governo de abril.
Fonte: GaCS
