Social
Para Serrão Santos estamos num momento decisivo para a cartografia do fundo do Atlântico

Para Serrão Santos estamos num momento decisivo para a cartografia do fundo do Atlântico

O eurodeputado Ricardo Serrão Santos participou em Dublin, na Irlanda, numa conferência internacional sobre a cartografia do fundo do Oceano Atlântico no âmbito do desenvolvimento da Declaração de Galway (Uma declaração adotada em 2013 pela União Europeia, Canadá e Estados Unidos da América em que as partes se comprometeram a unir forças em torno da investigação sobre o oceano Atlântico. O acordo pretende alinhar os esforços de observação oceânica dos três parceiros e os seus objetivos consistem em compreender melhor o oceano Atlântico e promover a gestão sustentável dos seus recursos).

Na sua intervenção, realizada no painel de abertura, Ricardo Serrão Santos, disse estar “satisfeito por ver que a cartografia do fundo do Atlântico é o maior objetivo da cooperação e pesquisa transatlântica. O fundo do mar profundo é a nossa última fronteira”. Referiu, ainda, ser este “um momento crucial para nos envolvermos para cartografar de forma precisa o atlântico profundo. É uma necessidade, espero que mantenhamos a vontade e que o façamos acontecer”.

O eurodeputado salientou que “a decisão de levar por diante a cooperação dos países atlânticos fará a diferença, mas requererá vontade política e capacidade de financiamento. O atlântico, como recurso partilhado, tem uma longa história de conflitos e de pressão sobre os seus recursos, só suportará se a partilha de capacidade tecnológica e dos resultados obtidos forem colocadas juntas no interesse do desenvolvimento sustentável, da utilização e da conservação”.

O deputado socialista europeu chamou a atenção para o facto de nunca, como hoje, as decisões a tomar necessitarem tanto de ser apoiadas com a melhor informação disponível, nova tecnologia, mas também com a modulação de novos algoritmos e capacidades de computação. Tendo questionado “temos a informação suficiente? Temos boa informação? Temos suficiente informação acerca da conetividade dos oceanos e das interações bio-geo-quimicas? Aprendemos com as atividades do passado? Não, nós não aprendemos!”

Ricardo Serrão Santos referiu, ainda, um artigo científico publicado no dia 1 de Julho deste ano na revista Nature, que relata um trabalho conduzido pela Universidade dos Açores e pelo Woods Hole Oceanografy Institute (WHOI), foram explorados os movimentos horizontais e a distribuição das jamantas descobriu-se que este peixe pelágico, nadador lento, mergulha diariamente a profundidades de 2000 metros enquanto viaja milhares de quilómetros desde os Açores até às ilhas de Cabo Verde. Esta descoberta é uma nova prova da interatividade e conetividade entre o fundo do mar e a superfície através das diferentes camadas do oceano. Qualquer atividade no solo marinho pode ter reflexos na vida à superfície.

Para o eurodeputado socialista “precisamos de mapas mais fiáveis, não só sobre a estrutura geológica e topográfica dos fundos marinhos mas sobre a vida e os ecossistemas em volta deles. Mas precisamos, também, de procedimentos transparentes, de partilha de informação e de informação aberta. Esta é uma responsabilidade dos Estados para com os cidadãos e uma atitude regional sensata deveria ser coordenada e levada a cabo pelos adotantes da Declaração de Galway”.

A Conferencia “Implementação da Declaração de Galway – Cartografia do fundo do atlântico” foi organizada pela Direção Geral de Pesquisa e Inovação e, para além de Ricardo Serrão Santos, foram oradores na sessão de abertura John Bell, Diretor de Bioeconomia da Direção Geral de Pesquisa e Inovação, Simon Coveney T.D., Ministro da Agricultura, Alimentação e do Mar da Irlanda, Stephen Locke, Diretor de Pesquisa geológica do Canadá e Craig McLean, Administrador Assistente para a Oceanografia e pesquisa atmosférica, NOAA.

Deixe um Comentário