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Pescadores desanimados em vários portos de São Miguel: Peixe escasso e baixa de preço podem levar ao abate de barcos
Os pescadores da ilha de São Miguel queixam-se da quebra de rendimentos verificada no sector da pesca, o que tem feito com que as dificuldades financeiras sentidas pelos profissionais da pesca estejam a impor a venda ou o abate das embarcações.
Onde houver barcos de pesca, há fome”. É assim que Mestre António Santos, de Vila Franca do Campo, define a actual situação das pescas, nomeadamente na ilha de S. Miguel.
Em declarações à RTP Açores, o mestre-pescador diz. “Só olham para a gente quando é na altura dos votos. Eu não gosto de votos. Eu quero é para ir vivendo. Em Vila Franca, na Povoação, na Ribeira Quente, enfim onde houver barcos é lá que há fome”, reafirma, para acrescentar que isso se deve ao facto de não haver peixe para pescar. Acabou-se a safra do peixão. Apanha-se mais quantidade e não temos ordem de vender. Para a quota do bonito ainda não entrou peixe nenhum aqui. No porto de Vila Franca, os barcos estão todos parados”. O mesmo se passa nos portos de Ribeira Quente e Caloura. O mau tempo que tem fustigado os Açores também não ajudou os pescadores.
João baganha disse à reportagem da televisão açoriana que saiu ao mar e só trouxe dinheiro suficiente para o pão e o leite do dia. O peixe é escasso e quando se fala do preço de venda em lota atinge um cêntimo por quilo ficam sem palavras. Foi o caso do safio a última semana, que segundo os pescadores “nem dá para um rebuçado”. E com estes rendimentos os pescadores assumem que não têm rendimento suficiente para pagar as prestações ao banco. Na Ribeira Quente, dizem os pescadores, já há barcos para abater porque não há homens para andar no mar e não há pesca. “Já houve quem abatesse na Lagoa e há outros barcos em outros portos para abater”, diz desanimado João Baganha.
Nos portos de S. Miguel, há pescadores desesperados a esperar autorização para pescar chicharros, mas continuam à espera de uma audiência há mais de um ano. António Santos diz que nunca foi recebido pelo Presidente do Governo. “Uma senhora que está no governo tirou as fotocópias e disse que depois me mandava chamar, até hoje nada”. Com sete pessoas em casa para comer, mestre António diz que vive com uma reforma de trezentos euros.
Fonte: Correio dos Açores