Social
Presidente da Federação das Pescas dos Açores refere que o setor das pescas registou, este ano, uma “ligeira melhoria” em relação a 2016

Presidente da Federação das Pescas dos Açores refere que o setor das pescas registou, este ano, uma “ligeira melhoria” em relação a 2016

O setor das pescas registou, este ano, uma “ligeira melhoria” em relação a 2016. Segundo o presidente da Federação de Pescas dos Açores, Gualberto Rita, o aumento de 11% no peso do pescado capturado representou cerca de mais 15%, ou seja, 3,8 milhões de euros relativamente ao ano passado.

Um saldo positivo que se deveu ao aumento da captura do atum, nos mares dos Açores, e o aumento do preço médio em lota.

“É cerca de mais de 1000 toneladas do que em 2016, embora estejamos muito àquem das capturas que tivemos em anos anteriores, no que se refere ao atum. Ainda contribui para este  saldo positivo o aumento do preço médio na Europa de 4%, ou seja, de 4,13, em 2016 para 4,28 em 2017, e que em relação a 2015 representa um aumento de cerca 26%, o que para nos agrada e demonstra que os pescadores da Região Autónoma estão empenhados na valorização do pescado”, afirmou.

Dados que o responsável considera positivos em relação a 2016, contudo, adianta que, relativamente a anos anteriores, gostaria que fossem “melhores ainda”, na medida em que são “valores que estão ainda muito aquém do que já se pescou em anos anteriores”.

Gualberto Rita acredita que há a possibilidade de obter melhores dados no que se refere ao preço da primeira venda em lota.

“O transporte é um fator determinante se quiseremos valorizar a excelência do nosso pescado. Este é um aspeto que temos, ainda, que retificar, principalmente o transporte das ilhas mais pequenas para o continente e para São Miguel e estamos muito longe daquilo que a Federação pretende”. Gualberto Rita frisou que “quando a federação reclama melhor eficácia, não pretende escoar mais, pretende sim, escoar melhor e, no nosso entender, não deve ser o peixe, um bem perecível, esperar pelo avião, deve ser o avião a esperar o peixe, porque, só assim é que conseguimos ter a excelente qualidade que os nossos clientes desejam e ver o nosso preço aumentado”, disse.

Para 2018, o responsável defende que o desafio passa sempre por saber gerir os recursos disponíveis, e pelo facto de haver alguma escassez nos mesmos, é necessário tomar medidas específicas na gestão destes recursos. Outro desafio passa pelo reajuste da frota à realidade de cada ilha.

Por outro lado, o presidente da Federação de Pescas dos Açores afirma que para haver uma melhoria no setor, o Governo Regional terá que fazer um maior esforço, em várias matérias.

“Nós temos que admitir que já foram dados passos importantes nesta matéria, mas ainda há alguns assuntos que têm de ser resolvidos e que têm de ter empenhamento do Governo, no que toca, por exemplo, no que foi apresentado há bem pouco tempo pelo Governo que é os ajustes da frota, do número dos pescadores. Nós queremos que o Governo concentre-se mais e dê mais apoio na formação profissional”. Gualberto Rita assegura que “há muito trabalho a fazer nesta matéria. Na fiscalização, achamos que o Governo tem de ter uma mão séria neste assunto”, referindo que “quando se fala em fiscalização, falamos em fiscalização não só para a pesca profissional, para pesca lúdica, para comercialização e achamos que este assunto tal como nós colocamos ao Governo no orçamento, que a fiscalização e a formação são assuntos que merecem uma atenção redobrada por parte do governo”.

Quanto a expetativas para o próximo ano, o responsável diz esperar haver mais peixe, principalmente atum, que tem um grande impacto nos resultados em todo o segmento da frota, adiantando que há bons indicadores para que 2018 seja um bom ano de bonito e de atum.

Fonte: Rádio Atlântida

Deixe um Comentário