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Ruínas de fábrica da baleia em Santa Maria em processo de venda a emigrante
As ruínas de uma antiga fábrica da baleia na ilha de Santa Maria estão em processo de venda a um emigrante e deverão ser reabilitadas para fins turísticos, disse hoje o representante do atual dono.
“Desde setembro para cá que a pessoa manifestou interesse. É um investimento um bocadinho grande e ele está à procura de saber junto do Governo [Regional] e da Câmara [de Vila do Porto] os apoios, para poder levar o projeto à frente”, afirmou à Lusa António Loura, procurador do atual proprietário das ruínas, João Delaura, emigrado nos Estados Unidos da América desde 1950.
Desde 2014 que estavam à venda, por 280 mil euros, as ruínas da antiga fábrica da baleia, com uma área total de 3.900 metros quadrados, situados na Ponta do Castelo, junto ao mar.
Segundo António Loura, o atual proprietário tinha um projeto de reabilitação para o local, mas entretanto “a doença atraiçoou-o e ele entendeu ser melhor pôr à venda a propriedade”, que havia adquirido à empresa Corretora, após o encerramento da fábrica na década de 60 do século XX.
No anúncio de venda, publicado em agosto de 2014 em dois jornais açorianos, era dito que a antiga fábrica da baleia é um “prédio ideal para empresa ou apoio náutico, turístico”, sendo constituída por quatro edifícios de rés-do-chão, em ruínas, utilizados para recolha de embarcações e material.
Localizada na Ponta do Castelo, na Maia/Santo Espírito, a fábrica corresponde a um típico complexo baleeiro açoriano, designado por antiga Estação de Traiós de Santa Maria, acessível por um íngreme caminho pedonal, cheio de curvas fechadas.
Na ilha de Santa Maria há registos da baleação a partir da década de 1890.
O procurador do dono das ruínas referiu que o interessado na propriedade é um emigrante português, que já visitou o local e “muito rapidamente” irá fazer um contrato promessa de compra e venda, tendo também para este efeito um procurador na ilha.
“Segundo me parece, aquilo é para fazer ali alguns bungalows e melhoramento de alguns armazéns, para rentabilização ao nível turístico”, disse António Loura, acrescentando que o investidor “nada tem a ver com os Açores”.
António Loura destacou ainda que ao longo dos anos nenhuma entidade oficial manifestou interesse em ficar com a propriedade, apenas alguns particulares, que acabaram por nunca concretizar o negócio.
Em 2013, o Observatório do Mar dos Açores (OMA) concluiu o Inventário do Património Baleeiro Imóvel do arquipélago, tendo identificado na altura um total de 186 edificações distribuídas pelas nove ilhas, desde vigias a casas de botes e instalações industriais, que serviram a baleação durante os século XIX e XX.
O documento revela que as infraestruturas que apresentam maior número no arquipélago, e destacadas das restantes, são as vigias (43), as casas dos botes (23) e as rampas de varagem (33).
Desde o século XIX que o Pico foi a ilha com maior número de armações (13, no total), de embarcações, capturas e volume de produção de óleo e farinhas, sendo também a ilha açoriana onde a memória baleeira é mais intensa.
Alguns museus nos Açores possuem vastas coleções inventariadas de testemunhos da atividade baleeira, bem como artefactos utilizados na atividade, que teve grande importância económica na região.
Relativamente à conservação deste património, o inventário indica que 57% das infraestruturas se encontram em bom estado e 62% estão atualmente a ser utilizadas.
Fonte: Açoriano Oriental