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Exportações continuam a salvar a indústria conserveira portuguesa
Fossem todas as indústrias nacionais como a das conservas de peixe e não havia crise em Portugal. A maior ameaça é a escassez de matéria-prima, porque a internacionalização é um sucesso há décadas. Entre 2010 e 2012, as exportações de conservas cresceram 32,7% em quantidade (de 33 155 toneladas para 44 toneladas) e 39,8% em valor (de 132,6 milhões para 185,6 milhões de euros).
“As empresas de conservas de hoje são económica e financeiramente muito mais robustas do que as antigas. Ocuparam o espaço das que foram desaparecendo, conquistando e continuando a conquistar novos mercados”, diz Castro e Melo, secretário-geral da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe. “Há países onde Portugal significa sardinha em lata, e da melhor”, afiança António Pinhal, das Conservas Pinhal. É também o caso das conservas da Portugal Norte da marca Porthos, em Macau ou em Hong Kong, onde lideram há 80 anos. Ou da Cocagne, da Ramirez, que é sinónimo de “sardinha em lata” no Benelux, onde é comercializada como produto gourmet desde 1906.
Matéria-prima escassa
A indústria conserveira depende de um fator aleatório com que poucos negócios contam: a matéria-prima vem do mar, à vontade da natureza e, por vezes, dos subsídios ao abate da frota pesqueira portuguesa. “Em Matosinhos, havia 200 traineiras em 1986. Hoje são 20”, desabafa António Pinhal, que acredita que o segredo do êxito está no respeito pelos métodos tradicionais. Na Conservas Pinhais, em Matosinhos, ainda propriedade da família que a fundou, em 1920, só trabalham com sardinha fresca da costa portuguesa. “A sardinha portuguesa tem fama de ser a melhor do mundo; não vou trabalhar com sardinhas de Marrocos”, diz. Desde a limpeza manual do peixe até à batida final em cada lata, para assegurar que está estanque, tudo é realizado como há 93 anos, por cem mulheres e 20 homens. Desde 1920 que a exportação é o destino de 90% da produção, graças a uma rede distribuidores “que já fazem parte da família” e que colocam a Pinhais e a marca Nuri em quase toda a União Europeia (é marca de luxo na Áustria há mais de 50 anos), na América Central, nas Filipinas e em Israel. Em 2012, faturou 3,5 milhões de euros.
Fonte: Dinheiro Vivo