Social
Loja das Conservas salta para fora da Europa com novo espaço em Macau

Loja das Conservas salta para fora da Europa com novo espaço em Macau

5679878

Herança cultural portuguesa na antiga colónia é uma das razões para esta abertura.

A Loja das Conservas abre este mês um espaço em Macau, mercado onde o peixe português em lata deu à costa há largos anos, dando assim o salto para fora da Europa e piscando o olho à China. Marcada para o próximo sábado, dia 26, a inauguração oficial em Macau constitui uma dupla estreia para a Loja das Conservas: vai ser a primeira loja fora de Lisboa e o primeiro espaço fora da Europa (existem apenas ‘corners’ em cidades como Paris ou Viena).

“Surgiu a hipótese – e também o desafio – de abrirmos esta loja em Macau. Achámos que fazia sentido por causa da herança cultural portuguesa. As conservas portuguesas já estão cá presentes há muito tempo e então pensamos que poderia fazer todo o sentido aprofundar a presença deste produto”, explicou à agência Lusa Sara Costa, uma das responsáveis da Loja das Conservas, que conta com dois espaços em Lisboa.

A Loja das Conservas, que agrupa 19 empresas conserveiras portuguesas, “distingue-se sobretudo por ter 99% da indústria representada”, no quadro de um protocolo com a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), cujo presidente e secretário-geral, Sérgio Real e Castro e Melo, vão marcar presença na abertura oficial em Macau.Embora a oferta seja mais reduzida comparativamente a Lisboa, a Loja das Conservas em Macau conta com aproximadamente 300 referências entre todas as conserveiras, pelo que “há uma grande diversidade”, indicou Sara Costa, salientando que o produto difere daquele que se encontra normalmente nos supermercados.

Aquele que tem maior potencial de cativar o paladar chinês é, para Sara Costa, o “mais típico e mais conhecido: a sardinha”, mas sem esquecer as experiências e combinações inovadoras de uma indústria que é muito tradicional.

“As sardinhas são de facto a bandeira da indústria portuguesa. No entanto, nos últimos anos, a indústria tem feito um esforço de inovação e tem uma série de novas espécies muito interessantes (…) e que achamos que também vão resultar muito bem aqui”, sublinhou, citando o exemplo do bacalhau, das lulas, dos mexilhões, do salmão ou do peixe-espada preto.

“Hoje em dia o mundo das conservas não se reduz à sardinha ou ao atum”, afirmou Sara Costa, observando que, mesmo nesse universo, o produto apresenta-se “mais sofisticado”, com novas combinações, nomeadamente ao nível dos molhos, deixando de estar, por exemplo, apenas mergulhadas no azeite, tendo-se tornado em verdadeiros petiscos ‘gourmet’.

“A conserva não tem de ser aquela refeição de último recurso que vamos buscar ao fundo da dispensa quando não temos mais nada – é muito mais do que isso hoje em dia”, realçou.

Para a loja em Macau escolheram-se, sobretudo, referências que se entendia “fazerem mais sentido”: “Se calhar mais picantes, os escabeches, as caldeiradas”, exemplificou Sara Costa, salientando que atualmente a diversidade “é tal que é possível encaixar os gostos locais na oferta do setor conserveiro”.

A Loja das Conservas abriu portas, de facto, no passado fim de semana, para “testar”, à semelhança do que sucedeu em Lisboa, pelo que já há um primeiro contacto com o público chinês. “Muitas fotografias”, “muitas perguntas”: foram assim os primeiros dias.

“Tem sido muito interessante, as pessoas sentem-se curiosas e temos sempre algo para provarem, elas gostam e têm comprado. Tem sido um bom ‘feedback’”, avaliou Sara Costa, contando que, logo no arranque, recebeu três pessoas que conheciam a loja em Lisboa.

Ao lado de Sara Costa, temporariamente em Macau, encontra-se Gabriela Cheang, a gestora do projeto no território, donde é natural, que descreve o perfil dos primeiros clientes: “Vieram várias pessoas de Hong Kong que perguntaram quando vamos abrir lá. Gostaram muito”, conta Gabriela Cheang, que viveu em Lisboa. Localizada perto da típica Rua da Felicidade e da Avenida Almeida Ribeiro, no centro de Macau, a Loja das Conservas também viu entrar turistas da China nestes primeiros dias, que compraram para “experimentar”.

“A maioria não as conhece. Tenho de explicar o que são, como se fazem, e também o conceito do azeite”, explica Gabriela.

“Esta é a nossa primeira experiência. Queremos ver como resulta. Mas, de facto, há a perspetiva de abrir em Hong Kong e eventualmente na China”, afirmou Sara Costa.

Entretanto, a rota de internacionalização da Loja das Conservas prossegue na Europa, com a abertura prevista, a curto prazo, de ‘corners’ em Bruxelas, Londres, Praga ou Barcelona.

Fonte: Dinheiro Vivo

 

Deixe um Comentário