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Motores da embarcação que naufragou pararam depois de entrar água no tanque de gasóleo

Motores da embarcação que naufragou pararam depois de entrar água no tanque de gasóleo

O armador e mestre da embarcação que naufragou hoje ao largo da ilha da Madeira disse que, na origem do acidente, esteve a entrada de água num tanque de gasóleo que fez parar os motores.

“De repente foi a máquina principal, foi o gerador, foi tudo abaixo, ficámos às escuras”, afirmou Jorge Miguel, de 43 anos, na Capitania do Porto do Funchal, para onde foram conduzidos os tripulantes depois de terem sido resgatados de um navio de passageiros por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa para o aeroporto da Madeira.

Jorge Miguel adiantou que a tripulação fez tudo para evitar o naufrágio e só quando a água “estava pelo convés” decidiu que os tripulantes, seis portugueses, um de Cabo Verde e outro da Costa do Marfim, deveriam saltar do barco para a balsa com capacidade para 20 pessoas.

Segundo o mestre, o incidente ocorreu pelas 01h00 do dia 22, sendo que o pedido de socorro foi feito quando “já era quase de dia”.

“Tivemos sempre a tentar pôr as máquinas a trabalhar”, frisou, sem conseguir adiantar os prejuízos decorrentes do naufrágio.

Jorge Miguel negou ter existido pânico no seio da tripulação, a maioria oriunda de Peniche, justificando que quando abandonaram o barco, de nome Dario, registado no porto do Funchal, que andava à pesca do espadarte, já se encontravam navios na zona.

“Ganhámos um bocadinho mais de calma”, declarou, manifestando o desejo de regressar “o mais rapidamente possível” a casa, de onde saíram no passado dia 7.

O comandante do porto do Funchal, Pedro Amaral Frazão, adiantou que a operação foi desencadeada ao início da manhã, após informação recebida no Centro de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, que transferiu a operação para o Funchal.

Pedro Amaral Frazão disse que a embarcação encontrava-se a cerca de 120 milhas náuticas a nordeste da ponta de São Lourenço, na ilha da Madeira, e após o sinal de alerta, foram accionados o helicóptero Merlin da Força Aérea e “em colaboração com a navegação mercante que se encontrava na área”.

O responsável acrescentou que os tripulantes foram transferidos inicialmente para a balsa salva-vidas e, depois, foram recolhidos por um navio de passageiros que esteve atracado na quarta-feira no porto do Funchal.

“Era o que estava melhor posicionado para proceder à recolha dos náufragos”, declarou, informando que “a partir daí foram transferidos” para o helicóptero e, após aterrarem no Funchal, “foram transportados para a capitania” para o acompanhamento e ajuda.

Pedro Amaral Frazão referiu que o acompanhamento médico à tripulação “foi feito logo a bordo do navio de passageiros e a bordo da aeronave”, onde estava uma enfermeira do Comando Marítimo da Madeira.

Fonte: Público

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